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26/08/2014 08h09

Carros usados ganham força com a crise nas montadoras

A cada carro zero quilômetro vendido numa concessionária, três veículos usados são negociados no país

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Num ano em que a venda de veículos está desapontando e a carteira de crédito dos automóveis encolhe, o mercado de carros usados tem andado na contramão. No período de janeiro a julho, foram negociados 5,57 milhões de veículos usados, um avanço de 5,3% na comparação com igual intervalo de 2013. Já as vendas de novos, entre carros de passeio e utilitários leves, caíram 8,3%, somando menos de 1,9 milhão de unidades até julho.

Ou seja, a cada carro zero quilômetro vendido numa concessionária, três veículos usados são negociados no país. A diferença de desempenho pode ser explicada por duas razões. Primeiro, o aumento no preço dos modelos novos levou mais gente a preferir comprar um automóvel de segunda mão. Ao mesmo tempo, o segmento conta com uma oferta de crédito farta, com bancos aumentando índices de aprovação.

Não é a primeira vez, contudo, que os mercados de novos e usados estão em rumos opostos. A história recente mostra que a ruína de um é muitas vezes a tábua de salvação do outro. Em 2012, por exemplo, a decisão do governo de cortar até zero o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis para socorrer as montadoras derrubou ainda mais os preços dos usados e provocou forte prejuízo aos lojistas desse segmento. Nas contas da Fenauto, a entidade que abriga as revendas dos chamados seminovos, cerca de 4,5 mil lojas fecharam nesse período.

Mas a crise mudou de lado quando o governo começou a retirar, ainda que gradualmente, os descontos no IPI, numa medida que, combinada à obrigatoriedade de airbags e freios ABS em todos automóveis, pressionou os preços dos carros novos.

Pesquisa feita pela agência AutoInforme, que monitora os preços praticados no varejo, revela que o carro zero chegou a ficar 4% mais caro no primeiro trimestre. Nos meses seguintes, os preços caíram, mas ainda assim acumulam alta de 2,8% neste ano.

Era o que o mercado de usados precisava para ganhar competitividade e começar uma recuperação. "O consumidor pequisa e percebe que pelo preço do carro zero ele compra um usado com apenas dois anos de uso que lhe oferece mais conforto, espaço e equipamentos", diz Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto, que prevê para 2014 um crescimento do setor de 6% a 7%.

Entretanto, a diferença de preços não explica isoladamente a inflexão do consumo de veículos novos para os usados. Parte disso também se deve a uma postura mais cautelosa dos consumidores em assumir compromissos muito pesados num momento de menor confiança na economia e maior endividamento das famílias. "As pessoas estão procurando valores menores de empréstimos, o que favorece os usados", diz o presidente do Banco Votorantim, João Teixeira.

*Fonte: Valor Econômico


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