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29/06/2011 16h30

Atlântico Tuna almeja abastecer mercado nacional com peixe de alta qualidade

Empresa pesqueira potiguar tem trabalhado com japoneses nas capturas voltadas para a exportação.

Por: Felipe Gibson

Quase 900 toneladas de pescado chegarão a Natal a bordo de sete embarcações japonesas na próxima semana. Em torno de 80% do carregamento pertence a três espécies de atum - albacoras branca, lage e bandolim - que abastecerão o mercado internacional de sushi e sashimi. A Atlântico Tuna, empresa pesqueira responsável pela operação ao lado da Japan Tuna, almeja mais. Em dois anos ter um retrato que os permita montar uma estrutura para vender o peixe no Brasil.

O diretor presidente da Atlântico Tuna, Gabriel Calzavara ressalta o crescimento forte da culinária oriental no Brasil e o natural aumento do número de consumidores no segmento constitui um ambiente propício para a venda do atum no mercado nacional, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. A atual operação em parceria com a empresa japonesa deve movimentar R$ 45 milhões anualmente. Atualmente dez barcos nipônicos operam na costa brasileira, número que deve subir para 11 em agosto.

No entanto, a distância entre o plano e a execução envolve uma série de fatores estruturais que inviabilizam a comercialização das mercadorias internamente. "É um mercado muito seletivo, ou é bom, ou é bom, não existe meio termo", afirma Calzavara em referência ao produto do setor sushi e sashimi. E é justamente por trás da qualidade do produto que estão as questões que dificultam o processo de pesca, armazenagem e distribuição do atum em solo nacional.

O período entre pesca e a chegada do produto no mercado, no caso o internacional, pode chegar a cinco meses, incluindo o tempo que os barcos ficam no mar, o trajeto até o exterior e o armazenamento na indústria. De acordo com o diretor presidente da Atlântico Tuna, todas as operações têm de ser feitas mantendo o pescado congelado a 60 graus negativos. "Isso conserva cor, aroma e textura", explica.

Para Calzavara, a experiência com os barcos japoneses tem servido para avaliar o que é necessário para operar esse tipo de peixe no mercado nacional. Os dez barcos japoneses em operação na costa brasileira possuem tecnologia de pesca moderna. Cerca de três mil anzóis preparados com iscas para capturarem seletivamente atum. As distâncias podem chegar de 400 a 1000 milhas, com profundidade entre 350 e 400 metros.

O empresário conta que exatamente nas águas frias dos locais mais profundos onde estão os peixes de melhor qualidade. Por isso as características do peixe só são mantidas com temperaturas muito baixas. A tecnologia japonesa permite que o produto passe das embarcações de pesca, que ficam cerca de três meses no mar, para navios cargueiros, que levam 30 dias para transportar a mercadoria até o Japão, e em diante para a indústria pesqueira, que armazena o produto e vende para o comércio.

Gabriel Calzavara espera ter um retrato bem definido no prazo de dois anos, exatamente o tempo de vigência da parceria com a Japan Tuna. O contrato também pode ser renovado pelo mesmo período. "É preciso saber das necessidades: que tipo de barco usar, qual tecnologia e que tipo de trabalho executar", informa o diretor presidente da Atlântico Tuna.

Na visão do empresário, por ser um país com a costa extensa, o Brasil tem potencial para pescar até 20% do limite sustentável permitido para a captura de atum, que é de 285 mil toneladas por ano. Isso daria 57 mil toneladas de atum pescadas anualmente pelo país.


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