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29/05/2013 08h57

Encontro discute como pecuaristas do RN podem minimizar os reflexos da seca

O XI Enel será realizado no período de 5 a 8 de junho, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim

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Em período de estiagem, o produtor tem poucas alternativas não deixar o rebanho fenecer, restando recorrer às linhas de crédito emergencial disponibilizadas nessas situações.

No entanto, se houver planejamento, é possível minimizar os reflexos negativos da seca, que já está sendo considerada a pior enfrentada pelos estados do Nordeste nos últimos 50 anos. Para discutir as formas de pecuaristas planejarem melhor a gestão financeira das propriedades, será realizada dentro da programação do XI Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (Enel) a mesa redonda ‘Oportunidades de Crédito: Custeio, Investimento e Comercialização para o Setor Leiteiro'. O evento será realizado no período de 5 a 8 de junho, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim (RN).

Exemplos de boa gestão existem. A seca que atinge o território potiguar desde o ano passado não pegou de surpresa o pecuarista Jaedson Dantas. Em contramão à realidade da maioria dos produtores de leite, o seridoense registrou aumento no faturamento neste período de estiagem. "Sou nordestino e não posso apenas ficar reclamando ou temendo esse fenômeno natural. Fui atrás de descobrir outras formas de desenvolver meu negócio", destaca Jaedson, que sustenta uma produção diária de 1,7 mil litros de leite e fornece o produto para queijeiras de Caicó, São José do Seridó e Cruzeta, municípios da região.

Para garantir a produção, Jaedson Dantas aproveitou a concessão de linhas de crédito pelos bancos e passou a comprar ração, insumos e equipamentos conjuntamente com quatro irmãos. Criatividade e visão também foram fundamentais. O pecuarista estabeleceu parceria com cerâmicas. "Os caminhões que entregavam telhas na Paraíba e em Pernambuco retornavam com bagaço de cana-de-açúcar, barateando o custo do transporte de ração para o meu rebanho", conta.

Com a chegada de chuvas, mesmo com índices pluviométricos reduzidos, o produtor e os irmãos substituíram a cana-de-açúcar pela silagem do milho moído. Mais de quinhentos mil quilos de silagem já foram adquiridos no Ceará pelos produtores de São José do Seridó. Ordenha mecânica, tratores, máquinas e outras tecnologias também contribuem para a eficiência da produção.

Para ajudar na gestão das propriedades, o pecuarista participa do projeto Balde Cheio, desenvolvido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte em parceria com o Banco do Nordeste e Faern. "Recebemos o suporte do laboratório Vaca Móvel, por isso estamos sempre avaliando a qualidade e o monitorando a produção do leite. No momento em que a produção de leite caiu, o preço do litro valorizou, mantivemos a produção e aumentamos o faturamento", enfatiza Jaedson Dantas.

Modernização
O gestor do projeto de Leite e Derivados do Sebrae-RN, Acácio Brito, recomenda que os produtores devem aprender a superar o período de estiagem, já que o momento é de reanimar a classe produtora e possibilitar que os criadores, queijeiros e outros produtores tenham acesso ao que está sendo discutido de mais moderno sobre a produção lucrativa de leite. "Não podemos querer do homem do campo somente seu esforço físico. Temos que preparar os nossos produtores para que eles trabalhem mais sua capacidade intelectual, trabalhem uma melhor gestão, o melhoramento do rebanho, melhor comercialização dos produtos, criem a consciência do associativismo, adquiram melhor os insumos e vendam melhor os produtos".

Os assuntos ligados à pecuária serão debatidos no Enel, que é promovido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte e Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), com apoio de diversos parceiros. A programação do Enel contempla palestras, cursos, minicursos, painéis, mesas redondas, debates, encontros e estudos de casos. Os cursos e minicursos na área de derivados do leite serão ministrados pelo corpo técnico da maior escola de laticínios do Brasil, o Instituto Cândido Tostes, situado em Minas Gerais.

A expectativa é que o encontro reunir um público de até 16 mil pessoas. Para os interessados em participar do encontro, as inscrições estão sendo feitas pela internet, no site http://enel.rn.sebrae.com.br/.

Os participantes do encontro contarão também com vitrine de lácteos e concurso de queijos regionais, exposição de máquinas, equipamentos, serviços, insumos e embalagens.

Além disso, será realizado também o torneio leiteiro com as raças bovinas de Girolando, Gir, Holandês, Sindi, Guzerá e Mestiça, assim como exposição, julgamento e leilão de animais, tanto bovinos quanto equinos, caprinos e ovinos.

 

Fonte: Agência Sebrae RN


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