Rio Grande do Norte foca mercado nacional para voos chartersFatores econômicos como a variação da taxa de câmbio e a crise mundial transformaram o Brasil em um destino caro. |
Depois de se tornar um dos destinos mais atrativos para turistas de voos charters em nível nacional, o Rio Grande do Norte, assim como todo o país, viu esse status cair gradativamente nos últimos cinco anos. Fatores econômicos como a variação da taxa de câmbio e a crise mundial transformaram o Brasil em um destino caro, o que culminou na queda do fluxo mundial de turistas.
Para se ter ideia, 93.193 passageiros de voos charters internacionais desembarcaram no Aeroporto Augusto Severo em 2005. Com o passar dos anos o número caiu aproximadamente 73,75% e ano passado já estava reduzido a 24.468. Nos voos domésticos a queda também foi notória com o número de passageiros desembarcados caindo de 116.863 para 60.388.
As mudanças econômicas e a conseqüente queda na absorção dos voos charters internacionais tem levado o estado a buscar o turista brasileiro. O fluxo do mercado turístico nacional também ficou prejudicado nos últimos cinco anos em matéria de voos charters, no entanto, além do número ter caído em menor escala, o turista doméstico é um público mais fácil de ser atraído.
Sobre as dificuldades de se atingir o turista internacional, o titular da Secretaria Estadual de Turismo (Setur), Múcio Sá, reconhece a importância de atrair voos charters, porém explica que tudo depende da auto-regulação do mercado. “É um setor volátil quando está atrativo, mas não se pode esquecer a crise lá fora. A variação cambial e a crise financeira deixaram o europeu sem dinheiro para viajar”, enaltece.
Na mesma linha, o presidente da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur), Gustavo Porpino, reforça que o encarecimento do Brasil como destino fez com que os europeus optassem pelo turismo no Caribe e no próprio continente. Mesmo assim Porpino ressalta investimentos no setor, priorizando voos para os países que mais procuram Natal como destino - Portugal, Espanha, Itália, Holanda, Argentina e escandinavos.
Apesar dos investimentos, a Emprotur, assim como a Setur, revela que o foco atual é mesmo o mercado nacional. Como principais atrativos, Natal tem se destacado por fatores como as belezas naturais, gastronomia, hotelaria, temperatura da água e até pela hospitalidade do povo, entretanto, não há como negar que o maior deles é o sol da cidade. O secretário Múcio Sá destaca a importância de diversificar as qualidades do estado para agregar valor ao binômio sol e mar. “Estamos buscando investimentos na interiorização e no turismo religioso”.
Além dos fatores locais, outro atrativo para os turistas de vôo charter é a possibilidade de baratear os pacotes. O presidente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do RN (ABIH/RN), Enrico Ferme conta que com vôos fretados fica mais fácil chegar ao consumidor. “No momento que o turista opta por fretar o voo, ele se torna mais acessível”, explica Ferme, que lembra as parcerias firmadas entre operadoras e hotéis.
Segundo o presidente da ABIH/RN, o principal objetivo das operadoras é agregar valor ao serviço oferecido aos passageiros do charter. Ele revela ainda que nos voos domésticos, São Paulo se destaca com o maior número de passageiros para o estado, cerca de 60% dos turistas nacionais. Quanto aos internacionais, Enrico Ferme confirma o mercado europeu como o mais forte.
De acordo com a Superintendência Regional da Infraero, em geral, as origens e destinos domésticos, além do estado de São Paulo, são Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília. Dos charters internacionais até abril de 2010 foram registrados voos de Portugal, Holanda, Espanha, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Itália e Suécia.
Quanto a periodicidade, os voos charters domésticos ocorrem principalmente nos fins de semana, com maior intensidade no período de dezembro a fevereiro e mês de julho. Ainda segundo a Infraero, os charters internacionais ocorrem praticamente durante todo o ano, com frequência semanal.












