Rio Grande do Norte terá mais de 600 unidades do PAIS até 2015

Mais de 30 municípios potiguares são beneficiados por tecnologia social da Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS)

Passados nove anos da instalação das primeiras unidades da Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) no Rio Grande do Norte, o número de famílias que reencontraram no campo uma fonte de renda e a melhoria da qualidade de vida já chega a mais de 360. A meta para 2014 é a conclusão da tecnologia em mais 200 propriedades rurais, e, até 2015, a finalização do programa em outras 100 unidades, totalizando 3,3 mil pessoas atendidas pelo programa somente no estado. Hoje, 20 municípios potiguares já têm unidades implantadas, além de outras 13 cidades, onde o projeto está em instalação. A intenção é que a tecnologia possa ser expandida nos próximos anos para as regiões do Alto Oeste e Agreste Potiguar.

Implementado por meio de uma parceria entre Sebrae e Fundação Banco do Brasil, a Tecnologia Social (TS) visa apoiar e financiar a implantação de hortas em formato circular em pequenas propriedades sem uso de agrotóxicos e adubos químicos. A técnica foi desenvolvida pelo agrônomo senegalês Aly N'diaye que buscou utilizar princípios agroecológicos com o objetivo de diversificar a produção, garantindo assim o aumento na renda e fortalecendo o processo de inclusão social e segurança alimentar dos envolvidos.

“Devolvemos o conceito de viver bem para aqueles que não tinham oportunidade. O sonho de muito dos produtores rurais era vender a terra e sair do campo. Agora, eles têm uma riqueza. Também cresceu o número de formalização dos familiares envolvidos no programa. Muitos se tornaram Microemprendedores Individuais para poder comercializar os produtos”, destaca o diretor técnico do Sebrae no Rio Grande do Norte, João Hélio Cavalcanti.

No Rio Grande do Norte, o município de Assu lidera a quantidade de unidades instaladas, totalizando 43 propriedades, seguido por Mossoró que possui 30 instaladas e outras 30 em implantação, assim como, a cidade de Ipanguaçu que tem o mesmo número de propriedades. Os municípios de Jucurutú, São José do Seridó e Caicó serão os próximos a receber a tecnologia social.

O Sebrae conduz a seleção, implantação e acompanhamento do programa. Durante 30 meses, técnicos e agrônomos acompanham as unidades. A prioridade são os municípios com disponibilidade de água e que possuam baixos Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), estatística composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB per capita recolhidos a nível nacional.

“A tecnologia tem movimentado e fortalecido o desenvolvimento local dos municípios. Os produtores rurais deixaram de comprar e passaram a produzir os alimentos. Há uma economia na renda familiar e uma geração de renda”, afirma o diretor técnico do Sebrae-RN.

Hortaliças

Os principais alimentos produzidos nas unidades do PAIS no Rio Grande do Norte são hortaliças, frutas como caju e mamão, galinhas e ovos. Além de fornecer e suprir os mercados locais e programas do governo, uma vez por semana os produtores participam de feiras agroecológicas. No estado são realizadas semanalmente 22 delas.

“O objetivo inicial da tecnologia era a segurança alimentar dessas famílias e proporcioná-las uma renda. Mas vimos que seria uma boa oportunidade de inserí-las no mercado. Foi quando criamos as primeiras feiras agroecológicas no estado. Dessa forma, há a venda desses alimentos pelos próprios produtores com um preço justo”, esclarece o diretor técnico.

Além da geração de trabalho e renda que chega ao campo, o produtor rural passou a aprender como lidar de forma sustentável com a terra, proporcionando uma melhor qualidade dos alimentos produzidos e um olhar consciente sob o meio ambiente. Um ganho também para consumidor final. “Fomos os primeiros a certificar as feiras agroecológicas. Não é só agroecológica, é orgânico. São produtos com o selo orgânico”, afirma João Hélio Cavalcanti.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias RN