Entre inflação em alta e economia em baixa, Copom preferirá a inação nesta 4ªEconomistas acreditam em manutenção da Selic em 11%, sem grandes mudanças no comunicado em meio à dilema do Banco Central |
Inflação estourando a meta, juros altos e atividade fraca. Esta correlação deverá nortear o anúncio desta quarta-feira (16) do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a Selic. Por conta disso, o cenário esperado pelo mercado é, majoritariamente, de uma manutenção da taxa de juros a 11% a ano.
Se, por um lado, a expectativa de inflação beira o teto da meta, de 6,5%, podendo atingir patamares maiores e sair do nível pretendido pelo Banco Central por outro, a Copa trouxe uma menor produção e deve afetar ainda mais as expectativas já ruins para a economia.
"Embora as expectativas da Copa do Mundo pudessem trazer algo de favorável, infelizmente no aspecto econômico auxiliou significativamente na redução da produção. Os dias parados e feriados acabaram prejudicando ainda mais a produção da indústria, prejudicando a economia como um todo", destaca o coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo Gonçalves.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) reforça o coro, ressaltando que "com a atividade econômica em baixa e a inflação [no varejo] pressionada, o mercado não tem dúvidas de que na reunião desta quarta, o Copom vai optar pela manutenção da Selic", no Informativo Semanal de Economia Bancária.
Para a Febraban, o quadro da atividade econômica em recuo abriria espaço para algum afrouxamento da política monetária. "Mas para isso ocorrer é necessário que o comportamento da inflação aponte sinais claros de recuo, ampliando o raio de manobra da autoridade monetária", acrescentam os economistas no informativo.
Sem mudanças previstas no comunicado
A equipe econômica do BTG Pactual também avalia que não deverá haver mais novidades na reunião do Copom desta semana: "não só a taxa Selic deve ficar em 11%, mas também achamos improvável qualquer mudança significativa na comunicação", apontou.
Para recapitular, em sua reunião anterior, o Comitê levou ao fim o ciclo de aperto iniciado no último ano. O comunicado pós-reunião indicou que a interrupção poderia ser apenas temporária, mas a ata divulgada na semana seguinte e o Relatório Trimestral de Inflação reforçou a visão de que o Banco Central não deve agir por enquanto.
"O Banco Central continuará a ser fundamentalmente dividido entre as considerações sobre inflação e atividade, uma situação dilemática que favorece a inação", destaca a equipe do banco. E, ressaltam os economistas, se por um lado, a perda grave de confiança dos consumidores está dando um sinal importante por outro, a inflação está corroendo o poder de compra dos consumidores.
Nestas circunstâncias, qualquer sinal de relaxamento monetária iminente poderia ser seriamente prejudicial a credibilidade e, consequentemente, para o controle da inflação. E pode até ser contraproducente quando se trata de indicadores de confiança.
"Como resultado, continuamos a esperar que o Copom não faça nada em relação à mudança de taxa básica agora, e não sinalize a intenção de fazer qualquer coisa em breve", ressaltam.
Fonte: InfoMoney












