Reunião discute atualização do Atlas Mundial da DesertificaçãoComitê gestor estará reunido até sexta (26), na China. Publicação auxiliará na elaboração de políticas públicas para terras secas |
O Comitê Editorial Novo Atlas se reúne a partir desta segunda-feira (22), até sexta (26), na Universidade de Lanhou, na China, para discutir a atualização do Atlas Mundial da Desertificação. A iniciativa surgiu de demandas expostas na 10ª Conferência das Partes (COP 10) da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos de Seca (UNCCD), realizada em 2012.
Na ocasião, solicitou-se ao Comitê de Ciência e Tecnologia da UNCCD a atualização do Atlas Mundial da Desertificação, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O documento contém informações sobre o avanço da desertificação em escala global e foi elaborado visando a elaboração de políticas de desenvolvimento sustentável de terras secas.
O assessor técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), José Roberto de Lima, participa do encontro. O comitê é composto por instituições como a Universidade do Chile e o Instituto Argentino de Zonas Áridas (Iadiza).
Lima explica que o projeto parte da importância de reconhecer relações entre as condições biofísicas e os aspectos sociais e econômicos. "Muitos marcos conceituais têm sido propostos e testados para acomodar essas ligações", afirma.
O assessor ainda lembra que foram estabelecidos novos limites para a discussão conceitual, o enquadramento metodológico e a implementação. "Novos paradigmas foram formulados para o mapeamento e a avaliação da relação entre o homem e o meio-ambiente", destaca.
O que é desertificação?
Desertificação, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, é a transformação de uma região em deserto pela ação de fatores climáticos ou humanos. De acordo com o Dicionário Houaiss, é o processo de modificação ambiental ou climática que leva à formação de uma paisagem árida ou de um deserto propriamente dito.
Nas últimas décadas, vêm ocorrendo um aumento significativo do processo no mundo inteiro. As áreas mais atingidas são o oeste da América do Sul, o Oriente Médio, o sul da África, o noroeste da China, o sudoeste dos Estados Unidos, a Austrália e o sul da Ásia.
De acordo com último Atlas Mundial da Desertificação, publicado pelo Pnuma), as áreas mais susceptíveis no Brasil estão localizadas na região Nordeste e no Norte de Minas Gerais, no chamado Polígono das Secas. A área corresponde a 13% do território nacional, onde vivem aproximadamente 17% da população brasileira. As condições climáticas da região do sertão – de clima semiárido, caracterizado essencialmente por uma distribuição irregular de chuvas – favorecem o processo de desertificação.
O processo de desertificação traz consequências danosas para o meio ambiente e para a qualidade de vida no planeta, entre outras, a redução da biodiversidade, o patrimônio genético da região, pela eliminação da cobertura vegetal original (desmatamento); perda parcial ou total do solo (erosão, salinização ou alcalinização) ou a diminuição da sua fertilidade e produtividade; diminuição quantitativa e qualitativa dos recursos hídricos, entre outros problemas infraestruturais.
Fonte: Portal Brasil












