Um bem precioso e vitalNo canal SUSTENTABILIDADE, o jornalista Edwin Carvalho comenta sobre o risco de acabar a Ãgua. |
Primeiro quero me desculpar pela demora em atualizar o canal Sustentabilidade. É que estava em período de merecido recesso, após dois anos sem tirar férias. Aproveito para agradecer os e-mails de amigos leitores, que me cobravam novos artigos.
Mas estou de volta ao batente e hoje vou falar sobre um assunto que tem preocupado o mundo há algum tempo: a água. O bem mais precioso e vital que temos corre mesmo o risco de acabar.
Embora a água esteja presente em 71% da superfície terrestre, menos de 1% dela é doce e pode ser tratada para consumo humano. Este índice é ainda menor se levarmos em conta os altos níveis de poluição e contaminação de rios, lagos e lagoas. Dados da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) comprovam que os norte-rio-grandenses consomem anualmente cerca de 213 milhões de metros cúbicos de água tratada.
E que esse consumo poderia cair pela metade se fossem tomadas atitudes simples como utilizar balde em vez de mangueira para lavar o carro ou desligar a torneira enquanto escova os dentes ou passa sabonete no banho.
Água de qualidade está em escassez no planeta. Especialistas do setor apontam para uma crise mundial do abastecimento de água, que deve se tornar crônica a partir de 2025. Tanto que a maioria dos países começa a tomar providências para tornar o cenário menos apocalíptico. Aqui no Rio Grande do Norte, o governo deu início a uma série de ações para melhorar a qualidade da água consumida pelo potiguar e frear a histórica e lamentável contaminação dos nossos recursos hídricos. Coisa que deveria ter sido feita há décadas, diga-se de passagem.
Há algumas semanas, o presidente Lula desembarcou em Natal e aqui assinou um dos mais importantes convênios para a capital potiguar: o que vai permitir o esgotamento sanitário do San Vale. As obras são prioritárias para Natal porque naquela área estão localizados oito poços de abastecimento que produzem 1.500 metros cúbicos por hora de água.
Um aquífero com água de excelente qualidade, que ao longo dos anos vem sendo vítima de crescentes índices de contaminação em função do crescimento urbano da área e do seu entorno e da falta de saneamento básico.
A Caern também concluiu a Estação de Tratamento de Esgotos do Baldo que está em fase de testes e vai tratar os esgotos de 21 bairros de Natal, contribuindo para a despoluição do rio Potengi. Nada mais que sua obrigação. Conter o avanço da imundice no rio é dever do Estado. A Adutora do Jiqui também foi construída para diluir as águas dos poços com índices de nitrato acima do que prevê o Ministério da Saúde. Que as ações não parem por aí.
Em ano de campanha eleitoral, esperamos (pelo menos eu espero) que os políticos tratem sobre a questão da preservação dos recursos hídricos não como discurso politicamente correto, mas como política de Estado. E que cumpram o que prometem. Afinal, político também bebe água, não!?












