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27/11/2014 16h51

Minha Casa Minha Vida fortalece mercado de trabalho

Investimentos em habitação social irão gerar 1,7 milhão de empregos diretos e indiretos, aponta pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Nos cinco anos de operação do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), os investimentos concluídos foram responsáveis pela abertura de 1,2 milhão de novos postos de trabalho, de acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Esse montante representa uma média de 244 mil empregos criados por ano em todo o Brasil desde 2009.

Pelos seus cálculos da FGV, as obras que estão em execução irão gerar mais 1,7 milhão de empregos diretos e indiretos.

Mulheres

O dia a dia nos empreendimentos do Minha Casa Minha Vida em todo o Brasil comprova que a geração de empregos na construção é crescente, sobretudo na habitação popular. O setor, antes restrito à mão de obra masculina, tem inserido mulheres nas edificações.

No Paranoá Parque, a equipe feminina já é de cerca de 10% da mão de obra. Aos 42 anos, Adenilda de Jesus dos Santos, por exemplo, integra o grupo que faz os rejuntes dos pisos dos 6.240 apartamentos do residencial localizado na Região Administrativa do Paranoá (DF), construído pelo MCMV e executado em conjunto com o Programa Morar Bem, no Distrito Federal.

Ela e outras 130 mulheres trabalham no acabamento dos pisos, pinturas, janelas ou na parte administrativa da obra. A servente se orgulha de ter indicado três pessoas à empreiteira.

"Trouxe já dois colegas - um pedreiro e outro eletricista - e ainda arrumei emprego para minha filha", comemora. Até ser contratada, ela era empregada doméstica em Brasília (DF).

Uma das indicadas por Adenilda e contratada imediatamente foi a sua filha, Jéssica dos Santos Guimarães, 19, que trabalha no grupo que faz a vedação de silicone das janelas dos 390 blocos do mesmo empreendimento.

Além dos empregos, a família tem mais motivo para festejar: a mãe receberá em breve uma unidade do Minha Casa Minha Vida. Ela já apresentou à Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Cohdab) a documentação e aguarda, ansiosa, a indicação do conjunto que irá morar. "Vai ajudar muito porque vou sair do aluguel", diz. Todos os meses, Adenilda paga R$ 350 para morar em uma casa na mesma cidade-satélite.

Rosilene de Souza, 34, disse que não tem saudade da época que era empregada doméstica e está gostando da função de servente. Para ela, no início, tudo era muito diferente. No entanto, o trabalho, com carteira assinada e todos os direitos trabalhistas, a conquistou em pouco tempo. "Procurei logo que soube que a empresa estava contratando mulheres. Acho que a experiência, de trabalhar numa obra, é muito boa", afirmou.

A construção do Paranoá Parque foi iniciada em março passado. Este ano, foram entregues 924 unidades da etapa A. Em dezembro, serão entregues mais 924 apartamentos.

A previsão, de acordo com o coordenador administrativo da Direcional, é concluir o conjunto, que irá beneficiar a mais de 24 mil pessoas, até agosto de 2015.

O Residencial Cidade Jardim, em Fortaleza, por sua vez, teve seus primeiros 512 apartamentos entregues em fevereiro deste ano. Ao todo, o condomínio cearense terá 5.336 unidades habitacionais. A expectativa é que o Cidade Jardim esteja concluído até junho de 2015, beneficiando a mais de 22 mil pessoas.

Não falta emprego

Desempregado até se inscrever no Minha Casa Minha Vida, Amadeu José Menezes, 53, hoje comemora a casa e o emprego que arrumou como vigia das obras de um empreendimento do programa.

Ele morava em um acampamento no bairro José Walter, em Fortaleza (CE), em condições precárias e, este ano, foi contemplado com unidade no Residencial Cidade Jardim.

"Ganhei dois presentes: a minha casa e um novo emprego. Fico feliz, pois trabalho próximo à minha casa. Hoje tenho mais dignidade em minha vida", conta Menezes.

Valdemir Serafim Reis, 48, já tinha longa experiência no ramo antes de ser contratado como montador de andaime no Paranoá Parque. Para Valdemir, o setor da construção civil vive o melhor momento desde que ele começou no ramo há duas décadas. "Quem está desempregado é quem não quer trabalhar, porque não falta emprego nessa área", disse ele, morador de Planaltina (DF).

Ascensão

O trabalho no Minha Casa Minha Vida já vem rendendo promoções aos operários. Josué Braga de Sá, 40, entrou na obra no Paranoá Parque como ajudante de montador.

Posteriormente, foi promovido para meio oficial (profissional que executa atividade sob a supervisão de outro), montador e, agora, atua como apontador.

Braga circula pela obra conferindo o andamento dos serviços, do uso de material, das regras da empresa, entre outras tarefas. "Sou uma pessoa privilegiada porque adquiri respeito e admiração no trabalho", afirmou.

Natália Cardoso Barbosa, 22 anos, também está em ascensão na empresa. Ela entrou na empreiteira como servente há um ano e três meses e, após seis meses, passou a auxiliar de almoxarifado. Natália faz planos para o futuro: "ano que vem é faculdade, com certeza".

Ela ainda não decidiu o curso que fará, mas está dividida entre logística e engenharia. Natália decidiu procurar emprego na área da construção civil porque estava insatisfeita com a rotina "de domingo a domingo" da loja de roupas em que era vendedora.

Dificuldade de mão de obra foi superada

Encontrar mão de obra para trabalhar nos canteiros do Minha Casa Minha Vida no Distrito Federal está mais fácil atualmente que logo no início do programa.

Givanildo Leandro de Souza, coordenador administrativo da Direcional no Paranoá Parque, conta que trocou as obras de incorporação pelo MCMV com a missão de contratar pessoal.

Teve um trabalhão para selecionar os pedreiros, serventes, eletricistas, montadores, apontadores, armadores, pintores, ladrilheiros, entre outros profissionais que o residencial exigiria. "Não havia muita gente disponível", recorda Souza.

À época, o contingente estava ocupado com grandes obras de infraestrutura. No Distrito Federal, por exemplo, foram executadas a ampliação do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, a construção do corredor para ônibus (BRT Sul) e do Estádio Nacional Mané Garrincha. Finalizadas, contribuíram para a oferta de mais mão de obra para a habitação popular.

Segundo Givanildo, a equipe feminina tem entrado em cena na fase final dos apartamentos, acelerando o acabamento do serviço iniciado pelos pedreiros, pintores e ladrilheiros.

Atualmente, há 1.416 contratados pela construtora no local e mais 892 terceirizados - estes últimos atuam na infraestrutura de ruas, parques infantis, áreas de lazer, fora dos apartamentos.

 

Fonte: Agência Caixa de Notícias


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