Marina de Natal atrai interesse de empresariado nacional |
Apesar de ter sido pensada e projetada pela empresa espanhola BCM Ingenieros (informações do mercado atribuem um gasto em torno de R$ 1 milhão somente em estudos e projeto), a construção da Marina de Natal, como toda obra pública, terá de se submeter a uma licitação para determinar a empresa responsável pelo empreendimento, aspecto pouco tocado quando se fala no equipamento turístico. Os dirigentes da empresa espanhola foram procurados para falar sobre questões jurídicas da Marina, mas não foram encontrados.
Nesta segunda-feira (19), o empresário carioca Antônio Carlos de Sousa Lobato, proprietário do grupo BR Marinas, visitou Natal para tratar do assunto com o secretário municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Seturde), Francisco Soares Júnior, além de representantes do governo do estado e do Ministério do Turismo.
O grupo empresarial é controlador da Marina Verolme (Angra dos Reis-RJ), um pólo que reúne mais de 60 empresas entre estaleiros, oficinas e prestadores de todos os tipos de serviços ligados à atividade náutica e ocupa uma área de 350 mil metros quadrados. A BR Marinas também é dona da marina Piratas, também em Angra dos Reis, que trabalha com dois Fork Lifts (carrinhos que suspendem os barcos para colocá-los em um espécide de "garagem").
"Não tem como não haver licitação, por mais que a ideia e o pontapé inicial do projeto tenham vindo de uma empresa", reforça o secretário Soares Júnior. O primeiro encontro dele com o empresário aconteceu durante a Rio Boat Show, evento organizado pela revista Náutica, na Marina da Glória (Rio de Janeiro - RJ).
Independente do interesse dos empresários (Soares Júnior diz que também o interesse de ingleses e franceses), a construção da Marina depende da regulamentação ambiental da região onde será localizada, (ao lado do Forte dos Reis Magos), na Zona de Proteção Ambiental 7 (ZPA 7), que, no momento, está na Prefeitura. O poder municipal pediu assessoria do Instituto Brasileiro de Adminstração Municipal (Ibam) para analisar possíveis alterações no projeto original, como o acréscimo de hotel cinco estrelas e um centro de convenções.
A ideia de construir um hotel cinco estrelas é alvo de críticas no setor hoteleiro, de acordo com o ex-secretário municipal de Turismo, Fernando Bezerril. "Temos uma rede hoteleira muito bem servida de leitos e de uma qualidade reconhecida em todo o Brasil. Não precisa de mais um hotel naquela região", comenta Bezerril, agora secretário de Turismo do município de Extremoz.
O Portal Mercado Aberto tentou entrar em contato com o empresário Carlos Lobato, mas ele se encontra em Fernando de Noronha (sem sinal de celular) para também ver a possibilidade da construção de uma marina na ilha pernambucana. Também tentamos entrar em contato com a promotora de Justiça do Meio Ambiente, Gilka da Mata, para ela se pronunciar sobre a ZPA 7, mas o seu celular estava desligado.
