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11/02/2015 16h05

Vendas no varejo crescem 2,2% em 2014

Segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico foi o que mais impactou positivamente o resultado do período

As vendas do varejo em 2014 apresentaram de 2,2% em relação ao ano anterior (série sem ajuste), resultado menor que o de 2013 em relação a 2012, que foi de 4,3%.

Dentre as oito atividades do varejo, cinco registraram taxas positivas, em relação ao ano anterior, cujos comportamentos serão descritos abaixo, de acordo com a ordem de contribuição no resultado global.

O segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos, etc., registrou variação no volume de vendas em 2014 de 7,9% em relação ao ano anterior, sendo este o principal impacto positivo no resultado anual do Comércio Varejista. A diversidade de itens comercializados neste segmento favorece o desempenho das vendas no período natalino.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que registrou crescimento de 9,0%, em relação ao ano anterior, deu a segunda maior contribuição à taxa anual do varejo.

A variação de preços de medicamentos abaixo do índice geral do IPCA1 e o caráter de uso essencial de seus produtos são os principais fatores explicativos do desempenho do segmento acima da média geral do varejo.

A atividadede Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com crescimento de 1,3% em 2014 em relação ao ano anterior, exerceu a terceira maior impacto na formação da taxa geral do varejo.

O declínio da taxa de crescimento em relação ao ano passado, quando o aumento foi de 1,9% em relação a 2012, pode ser explicado pela desaceleração do crescimento da massa real de rendimento, com taxa de variação de 1,4% em 2014, contra os 2,4% de 2013, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego.

Cabe ressaltar que o desempenho desta atividade foi influenciado ainda pelos preços da alimentação no domicílio que, nos últimos 12 meses, segundo o IPCA, variaram 7,1% contra 6,4% do índice geral.

A quarta maior contribuição à taxa global do varejo foi verificada na atividade de Combustíveis e lubrificantes, que apresentou, em 2014, resultado positivo no volume de vendas de 2,6% com relação ao ano anterior.

Esse desempenho foi influenciado pelo comportamento dos preços dos combustíveis, cujo aumento no ano foi de 4,9%, contra a média geral de 6,4%, segundo o Índice de Preço ao Consumidor Amplo - IPCA.

A atividade de Móveis e eletrodomésticos exerceu o quinto maior impacto da taxa anual do varejo, com taxa de 0,6%, em 2014. Foi constatada uma redução do ritmo de crescimento da atividade diante do resultado de 2013 (5,0%).

O aumento da taxa de juros2 e retirada gradual dos incentivos (redução do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI) direcionados à linha branca influenciaram este desempenho.

Com variação de -1,7% a atividade de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação exerceu impacto nulo no resultado do varejo.

Este resultado negativo foi influenciado pelo menor ritmo de expansão do crédito que, segundo o Banco Central, passou em 12 meses de 7,8% em dezembro de 2013 para 4,7% em dezembro de 2014. Bem como pelo aumento da taxa de juros já citado anteriormente.

Duas atividades registraram influência negativa no resultado anual do volume de vendas do varejo e ambas exerceram a mesma magnitude de impacto: Tecidos, vestuário e calçados, com taxa de -1,1% em relação ao ano anterior; e Livros, jornais, revistas e papelaria, com -7,7%. Este dois resultados podem ser explicados, em parte, pela redução do ritmo de crescimento da massa salarial, como citado anteriormente.

O Comércio varejista ampliado, composto do varejo mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, apresentou em 2014 uma variação de -1,7% sobre o ano anterior, depois de uma expansão de 3,6% em 2013.

Essa desaceleração deveu-se à queda das vendas de Veículos, motos, partes e peças, que foi de -9,4% em 2014, contra de 1,4% de crescimento em 2013.

Os fatores que justificam este resultado são: a diminuição do ritmo de crédito, a gradual retirada dos incentivos via redução do IPI, a elevação da taxa de juros e a restrição orçamentária das famílias.

Em 2014, o segmento de Material de construção nãoapresentou variação (0,0%) depois de um crescimento de 6,9% em 2013. O aumento da oferta de crédito para a área habitacional e dos incentivos direcionados ao setor (reduções de IPI para uma cesta de produtos do gênero) não foram suficientes para impulsionar o desempenho deste setor devido, principalmente, à restrição orçamentária das famílias e redução do ritmo de crescimento da massa de rendimento.

Dezembro

Em dezembro, na série com ajuste sazonal, o Comércio varejista do país apresentou taxas de -2,6% para o volume de vendas e de -2,4% para a receita nominal.

Ambos foram os primeiros resultados negativos após quatro meses consecutivos de crescimento. Confira a publicação completa.

A média móvel do volume de vendas ficou estável (0,0%) e a da receita variou 0,3%. Em relação a dezembro do ano anterior, o volume de vendas variou 0,3% e a receita, 6,0%. No acumulado do ano, o volume foi a 2,2% e a receita, a 8,5%.

No Comércio Varejista Ampliado, a variação sobre o mês anterior, com ajuste sazonal, foi a mesma (-3,7%) para volume de vendas e a receita nominal.

No primeiro caso, volta a ser negativa depois de três meses de crescimento e, em relação à receita, depois de cinco meses consecutivos positivos.

Em relação ao ano anterior, o volume de vendas teve variação negativa (-2,2%) sobre dezembro de 2013 e a receita nominal subiu 3,0. No acumulado do ano, o volume de vendas mostrou recuo (-1,7%) e a receita nominal variou 3,9%.

Em relação ao mês anterior com ajuste sazonal, as 10 atividades pesquisadas registraram resultados negativos no volume de vendas, cujas taxas foram de: -9,9% em Móveis e eletrodomésticos; -9,4% em Veículos e motos, partes e peças; -9,2% para Livros, jornais, revistas e papelarias; -8,8 em Equipamentos de escritório, informática e comunicação; -7,3% para Tecidos, vestuário e calçados; -2,7% para Outros artigos de uso pessoal e doméstico; -1,1% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; -0,7% para Material de construção; -0,5% em Combustíveis e lubrificantes; e -0,1% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.

Já na comparação de dezembro de 2014 com igual mês do ano anterior (série sem ajuste), para o volume de vendas, quatro das oito atividades do varejo registraram variações positivas, sendo, por ordem de contribuição no resultado global, as seguintes: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,5%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,0%); Combustíveis e lubrificantes (2,0%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com 7,4%.

As atividades cujas taxas exerceram impactos negativos na composição global foram: Livros, jornais, revistas e papelaria (-9,6%); Tecidos, vestuário e calçados (-3,4%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%) e Móveis e eletrodomésticos, com -3,6%

Resultados regionais

No Comércio Varejista, das 27 Unidades da Federação 19 apresentaram variações positivas no volume de vendas, na comparação de dezembro de 2014 com igual mês do ano anterior (série sem ajuste), com destaque para: Roraima, com 26,3%, Acre, com 9,5%, Amapá, com 5,6%; Rondônia, com 5,5%; e Minas Gerais, com 2,7% (Gráfico 5).

Quanto à participação positiva na composição da taxa do varejo, destacaram-se, pela ordem: Rio de Janeiro (2,3%); Minas Gerais (2,7%); Santa Catarina (1,7%); e Paraná (1,4%).

Para o volume de vendas, os resultados em dezembro de 2014 sobre o mês anterior com ajuste sazonal foram positivos para dois estados: Roraima, com 6,7% e Paraná, com 0,2%. As maiores quedas ocorreram em Paraíba (-13,3%); Amapá (-10,1%); Pará (-9,0%) e Goiás (-8,9%).

Quanto ao Comércio Varejista Ampliado, 15 estados apresentaram variações positivas na comparação com o mesmo período do ano anterior, em termos de volume de vendas, destacando-se Roraima com 15,5%; Rondônia com 5,8%; Tocantins com 4,7%; Acre com 3,5%; e Rio de Janeiro com 3,4%. As maiores contribuições negativas para o resultado do setor foram: São Paulo (-6,6%); Rio Grande do Sul (-3,8%); e Paraná, com -2,3%.

Resultados trimestrais

O Comércio Varejista do País apresentou no quarto trimestre de 2014, em relação ao trimestre anterior (com ajuste sazonal), uma aceleração do volume de vendas, onde a taxa passou de -0,4% para 2,0%. O mesmo comportamento foi verificado no Comércio varejista ampliado, de -1,5% para 2,1%.

Das dez atividades pesquisadas, todas apresentaram taxas positivas no quarto trimestre de 2014 em relação ao trimestre anterior, para o volume de vendas com ajuste sazonal, a saber: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (7,2%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,5%); Veículos, motos, partes e peças (4,8%); Móveis e eletrodomésticos (3,1%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,0%); Livros, jornais, revistas e papelaria (1,9%); Material de construção (1,8%); Tecidos, vestuário e calçados (1,7%); Combustíveis e lubrificantes (1,4%); e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 1,2%.

Na comparação do último trimestre de 2014 com igual período do ano anterior, o Comércio varejista registrou taxa de 1,2%, resultado este superior ao do terceiro trimestre (-0,5%).

Comparando as taxas registradas no terceiro e no quarto trimestres do ano de 2014, observa-se para as atividades que apresentaram resultados positivos, crescimento em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (de -6,1% para 4,7%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (de 4,9% para 8,0%); Combustíveis e lubrificantes (de 1,0% para 1,4%); e redução de ritmo em Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (de 8,2% para 7,9%).

As demais, mesmo com taxas negativas no último trimestre, reduziram seu ritmo de queda, sendo elas: Móveis e eletrodomésticos, com a taxa passando de -5,7% para -1,2%; Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (de -1,2% para -0,2); Tecidos, vestuário e calçados (de -1,7% para -1,0); e Livros, jornais, revistas e papelaria (de -10,7% para -9,4%).

No Comércio varejista ampliado, o volume de vendas do quarto trimestre de 2014, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior apresentou variação de -2,3%, ficando, portanto, acima da taxa do terceiro trimestre (-4,4%).

Na atividade de Veículos, motos, partes e peças, a variação foi de -9,8%, enquanto no trimestre anterior o resultado foi de -11,7%. Já o segmento de Material de construção registrou taxa de -0,6%, contra -3,1% no terceiro trimestre.

Resultados semestrais

No segundo semestre de 2014, o Comércio varejista apresentou taxas de variação sobre o semestre anterior, com ajuste sazonal, de 0,1% para o varejo e de -1,7% para o Comércio Varejista Ampliado.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, os resultados do segundo semestre foram de 0,4% para o varejo, com desaceleração em relação ao primeiro semestre (4,3%), e de -3,3% para o varejo ampliado (inferior à taxa do primeiro semestre, de 0,1%).

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

 


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