Preços ao produtor ficam 0,13% mais baratos em janeiro, aponta IBGEQueda na inflação dos alimentos puxou primeiro recuo do IPP desde julho de 2014. Entre as maiores influência, está a queda de preços associada à safra, como na soja e carnes bovinas |
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou -0,13% em janeiro, em relação a dezembro, e ficou abaixo da variação observada entre novembro e dezembro (0,59%). Com isso, em janeiro, a alta acumulado nos últimos 12 meses foi para 2,85%, abaixo dos 4,46% verificados para este indicador em dezembro.
Essa foi a primeira queda em seis meses, desde em julho de 2014, quando caiu 0,28%, informou nesta quinta-feira (5), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação.
Um dos principais fatores que ajudaram a desacelerar os preços no setor foram os alimentos. Em janeiro de 2015, os alimentos tiveram variação negativa, em relação a dezembro de 2014, de 0,52%, primeiro resultado negativo desde julho de 2014 (-1,21%). Entre produtos de maior influência, o recuo de preços esteve associado à safra (soja e carnes bovinas).
Também em janeiro, pelo indicador M/M-1, 16 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 18 do mês anterior. Ao comparar janeiro de 2015 com janeiro de 2014 (M/M-12), a variação de preços foi de 2,85%, contra 4,46% em dezembro.
Alimentos
Em janeiro de 2015, os preços do setor tiveram variação negativa, em relação a dezembro de 2014, de 0,52%, primeiro resultado negativo desde julho de 2014 (-1,21%). O resultado de janeiro, por sua vez, é superior em 1,99% ao de janeiro de 2014, todavia, neste tipo de comparação, no mês de janeiro, é o menor resultado da série - substituindo o 2,18% de janeiro de 2012.
Em termos de influência, dos quatro produtos em destaque ("carnes de bovinos frescas ou refrigeradas", "resíduos da extração de soja", "sucos concentrados de laranja" e "carnes de bovinos congeladas") apenas um ("sucos concentrados de laranja") apresentou variação positiva de preços. Os quatro produtos tiveram influência de - 0,79 p.p., na taxa de - 0,52%.
No caso das variações dos quatro produtos em destaque (apenas "carnes de bovino frescas ou refrigeradas" aparece nas duas listas), dois tiveram variações negativas de preços (além da carne já citada também "manteiga de cacau") e dois ("produtos embutidos ou de salamaria de carnes, integrado ao abate" e "produtos embutidos ou de salamaria de carnes, não integrado ao abate"), positivas.
Entre produtos de maior influência, o recuo de preços esteve associado à safra (soja e carnes bovinas). Já o suco de laranjas respondeu ao aumento sazonal do preço da própria fruta.
Combustíveis
Na comparação com dezembro de 2014, os preços do setor de refino de petróleo e produtos de álcool recuaram - 1,43% em janeiro. Esta é a segunda maior variação negativa da série (a primeira foi de - 2,08%, de maio de 2011) e também é o segundo caso de ocorrer uma taxa negativa no mês de janeiro (a outra foi em 2012, - 0,58%).
Na comparação M/M-12, o resultado foi de 0,72%, menor resultado nesse tipo de comparação na série que se iniciou em dezembro de 2010 (4,34% em janeiro de 2011; 3,22% em janeiro de 2012; 7,21% em 2013; e 11,68% em 2014).
Ao dar destaque às variações e à influência, dois produtos ("querosene de aviação" e "naftas"), ambos com variação negativa de preços, são comuns às duas listas. Os quatro produtos de maior influência (além dos já citados, "álcool etílico (anidro ou hidratado)" e "óleo diesel e outros óleos combustíveis") influenciaram a taxa de janeiro em -1,59 p.p. (em - 1,43%), sendo que apenas álcool teve variação positiva de preços.
No caso do álcool, segundo o IBGE, a elevação de preços observada esteve ligada a expectativa de que a taxação sobre a gasolina viesse a aumentar a demanda do etanol e, particularmente no caso do nordeste, à proximidade da entressafra. Já no caso dos derivados de petróleo, de modo geral observa-se o alinhamento com o mercado internacional, especialmente no caso das "naftas".
Fonte: Portal Brasil com informações do IBGE












