TV digital vai aumentar audiência de emissoras públicas, diz presidente da EBCO tema foi discutido durante durante audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado |
A implementação da TV digital no país possibilitará que as TVs públicas do Brasil, atualmente com baixa audiência, atinjam um "novo patamar" e passem a disputar espaço com as TVs privadas, disse hoje (2) o diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve, durante audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.
Durante o encontro, que debateu a transição do sistema de TV analógico para o digital, Breve argumentou que a implementação do sinal digital vai possibilitar responder ao questionamento: se a baixa audiência dos canais de TV públicos ocorre pela qualidade da programação ou porque a população não os conhece.
"A gente tem percebido, a partir das nossas parceiras e dos canais próprios, que, quando conseguimos resolver problemas de qualidade do sinal, a audiência aumenta e muito. Na medida em que a TV pública possa ser mais conhecida, competindo com as demais TVs comerciais no processo de digitalização, acreditamos que a audiência tende a aumentar bastante", disse Breve.
"Acho que se conseguimos viabilizar [a universalização do sinal digital], no próximos quatro, cinco anos, estaremos disputando a quarta posição entre as emissoras de mais audiência na televisão", acrescentou o presidente da EBC.
Apesar de o Grupo de Implantação da Digitalização da TV (Gired) ter optado pelo modelo de conversor a ser distribuído aos beneficiários do Bolsa família que não tenha o chamado canal de retorno - que possibilita a interatividade da TV digital -, Breve afirmou que está negociando com as empresas de telefonia para que custo do canal de retorno seja bancado pelo setor, por meio da Contribuição de Fomento à Radiodifusão Pública, atualmente em disputa judicial.
"O canal de retorno é fundamental para que tenhamos a resposta do cidadão em relação aos programas de interatividade que pretendemos colocar à disposição dos cidadãos. Há interesse das empresas de telecomunicação [nessa interatividade] e queremos negociar com elas a possibilidade, em elas retirando a ação judicial que obstruiu o nosso acesso à Contribuição de Fomento à Radiodifusão Pública, [que] possamos tornar possível viabilizar o canal de retorno", argumentou Breve.
Durante a audiência, o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone Loureiro confirmou que o conversor que será distribuído a 14 milhões de famílias do Bolsa Família não tem o canal de retorno. Segundo ele, o mecanismo terá que ser viabilizado por meio de uma conexão externa com a internet.
Participaram da audiência o presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Luiz Claudio Costa; o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Emiliano José; o diretor da Entidade Administradora do Processo de Redistribuição e Digitalização dos Canais de TV e RTV (EAD), Antônio Carlos Martelleto; e o diretor-geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Luis Roberto Antonik.
Fonte: Agência Brasil

