Pré-sal aumentará busca por cargos na PetrobrasAnalistas preveem que pressão de partidos aliados ao novo presidente para compor diretoria da estatal. |
Após 16 anos dividida entre os dois partidos que voltam a disputar o poder este ano com a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra, a Petrobras se tornou um dos principais alvos de negociação por cargos depois da descoberta do pré-sal, e analistas já esperam pressão de partidos aliados do vencedor para compor a diretoria e o Conselho de Administração da petroleira.
"Vai ter que trocar porque o partido aliado vai querer colocar gente lá dentro, isso é politicagem e não tem como escapar, seja quem for que ganhe, mas a administração como um todo não deve mudar", avaliou Eric Scott, da SLW Corretora, que não espera mudanças drásticas mesmo que a vitória seja tucana.
"Em time que está ganhando não se mexe, a companhia vem muito bem nos últimos anos, vai ter troca de cadeira, mas na administração geral da companhia só vai sair gente por motivos políticos", afirmou.
Lançada no mercado de capitais no governo Fernando Henrique Cardoso após a pulverização das ações em 2000, a empresa ganhou fôlego para passos mais largos desde 1997 com a quebra do monopólio e da permissão de competir de igual para igual com as demais players do mercado. A produção de petróleo saltou de uma média diária de 668 mil barris em 1994 para 1,5 milhão de barris por dia ao final de oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso.
Já no governo Lula, a descoberta das imensas jazidas do pré-sal modificou fortemente a escala de crescimento no longo prazo e trouxe a busca por um novo marco regulatório atrelado à perspectiva de uma volumosa capitalização. Em quase oito anos do atual governo, a produção média da empresa subiu para 1,970 milhão em 2009 e a estimativa da empresa é fechar este ano com 2,1 milhões de b/d.
"A mudança mais forte na Petrobras no governo Lula foi quando descobriram o pré-sal e os investimentos vieram de forma mais forte, até aí a empresa não tinha sido muito modificada em relação ao governo anterior", explicou o analista Victor Figueiredo, da Planner Corretora.
Para ele, só depois da capitalização da companhia, prevista para setembro, o mercado vai se preocupar em precificar a mudança de governo nas ações. "Primeiro tem que sair a capitalização e tem que sair até setembro, porque se não sair o cenário é ruim para qualquer um dos candidatos", ressaltou o analista.












