NÃvel de investimento estrangeiro atesta saÃda do Brasil da crise, afirma MeirellesPresidente do Banco Central expôs na CAE a atual situação econômica do paÃs. |
O investimento estrangeiro no Brasil retomou os patamares anteriores à crise internacional de 2008, afirmou a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), na terça-feira (20), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Em exposição aos senadores, ele destacou a "qualidade" desses investimentos: hoje, 70,5% do total vão para o mercado acionário (participação no capital social das empresas) ou integram o chamado investimento estrangeiro direto.
Em 2001, observou Meirelles, o volume aplicado nesses dois segmentos chegava a 42,7% do total. Os dados, conforme disse, mostram a migração das aplicações estrangeiras dos títulos de renda fixa para investimentos produtivos.
Também as taxas de desemprego deste início de ano, de acordo com Meirelles, atestam a recuperação da economia brasileira: 7,2% em janeiro e 7,4% em fevereiro, contra taxas que chegavam, respectivamente, a 11,2% e 11,6% em 2003. "É o melhor início de ano desde 2003 em termos de taxa de desemprego", afirmou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), depois de ouvir o presidente do Banco Central.
Meirelles comparou os dados brasileiros com os da Espanha, onde o desemprego chega hoje a 19%, e dos Estados Unidos, que têm 9,5% da população economicamente ativa desempregada. A criação de emprego formal no Brasil chegou a 266,4 mil em março de 2010, contra 21,3 mil no mesmo mês do ano de 2003, informou o presidente do Banco Central.
Com a previsão de crescimento econômico de 5,8% para 2010, o desempenho brasileiro confirma a superação da média dos países emergentes, como Índia e China, segundo a análise do presidente do Banco Central. A expectativa é de que esses emergentes cresçam apenas 3% em 2010.
Meirelles citou os "fatores-chave de sucesso" responsáveis pela superação das vulnerabilidades e pelo "crescimento econômico equilibrado": regime de metas para a inflação, responsabilidade fiscal, sistema financeiro sólido, equilíbrio no setor externo, mercado de capitais desenvolvido e crescimento do investimento.
O presidente do Banco Central afirmou que o regime de metas para a inflação assegura transparência, enquanto mantém a inflação em níveis baixos e previsíveis. O regime de câmbio flutuante e a política de acumulação de reservas internacionais, conforme explicou, absorveram os impactos dos choques exteriores, e a regulamentação conservadora do sistema financeiro preservou a solidez dos bancos.
As reservas internacionais, que não chegavam a US$ 50 bilhões em 2003, estão hoje em US$ 245,8 bilhões. A manutenção de reservas em níveis elevados, de acordo com o presidente do Banco Central, é fundamental para a estabilização da economia. O resultado dessa política, conforme explicou, é que hoje o Tesouro Nacional é credor em moeda estrangeira, e não devedor, como em 2003.
O Banco Central, segundo Meirelles, coloca em prática hoje uma estratégia de saída da crise, com o resgate completo de R$ 24,5 bilhões de empréstimos das reservas.
Meirelles citou pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do sistema Fecomércio mostrando que o nível de confiança do consumidor em São Paulo e do empresariado no Brasil é hoje superior ao do período pré-crise econômica de 2008. Tendência semelhante é detectada também na produção industrial, que, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), experimenta o 14º mês de crescimento. O comércio varejista, segundo dados do IBGE, mostrou crescimento de 6,9% nos últimos 12 meses.
Fonte: Agência Senado.












