CNI prevê redução no ritmo do crescimento da economia nos próximos mesesSegundo entidade, retirada de incentivos gerou queda na demanda, o que resultou em desaceleração. |
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou nesta quarta-feira (28), que a expectativa para os próximos meses é de manutenção do crescimento da economia brasileira – mas em ritmo bem menor do que o registrado no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com o gerente executivo da Unidade de Pesquisa do órgão, Renato da Fonseca, os primeiros três meses de 2010 registraram crescimento forte por conta das medidas adotadas pelo governo para superar a crise financeira internacional. Entretanto, segundo ele, não há um superaquecimento da economia, como o Banco Central havia previsto.
“Isso não está acontecendo, obviamente, pela retirada dos estímulos de demanda”, explicou. Segundo Fonseca, a retirada de incentivos gerou uma espécie de resfriamento da indústria, por conta da queda na demanda. Há ainda a agravante da baixa taxa de exportações e da intensa entrada de produtos importados que competem com a produção doméstica.
Ele reforçou que a expectativa não é de paralisação do crescimento da economia, mas de redução, desde que a cadeia produtiva se mantenha aquecida. Para isso, de acordo com a CNI, é preciso que haja certo cuidado com a estratégia do Banco Central de conter a demanda apenas por meio do aumento da taxa de juros.
Para Fonseca, o ideal seria uma combinação entre política monetária e política fiscal, já que sem investimentos há o risco de reversão do otimismo até então apresentado pelos empresários brasileiros.
“A política de juros foi instituída para reduzir a demanda, por conta do receio de uma demanda muito aquecida. Mas a indústria tem conseguido acompanhar a demanda sem problemas, os estoques não estão caindo”, disse. “Essa política acaba afetando diretamente os investimentos e, sem investimentos, não há oferta”, afirmou.












