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23/08/2010 16h57 - Atualizado em 23/08/2010 16h57

Leilões podem render até 1000 megawatts ao RN, avalia especialista

Líder no número de projetos habilitados para os leilões de fontes alternativas de energia realizados nos dias 25 e 26 deste mês, o Rio Grande do Norte tem tudo para ser mais uma vez o estado com maior número de contratações no país. Os leilões, de reservada e A-3, incluem empreendimentos com geração a partir de energia eólica, biomassa, além de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).

Com 110 projetos (3.224 MW) habilitados no leilão de reservada e outros 115 (3.353 MW) no A-3, o estado deve ter como principais concorrentes Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul. Para o consultor e especialista em energia, Jean-Paul Prates, a disputa será forte, sobretudo pela consolidação dos projetos de energias alternativas e o paradigma deixado no leilão de dezembro do ano passado, no qual o RN se destacou com a contratação de 657 MW (megawatts) em 23 projetos.

“A expectativa é de uma competição acirrada com Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul e até mesmo Sergipe. O RS apesar de não ter o mesmo potencial de ventos, compensa isso com uma logística de transmissão a frente dos demais”, explica o Jean-Paul Prates. Mesmo assim, o consultor acredita que o RN termine os leilões com uma concentração entre 800 e 1.000 MW.

Se confirmada a projeção, o estado pode chegar a 2014 com uma produção maior que 2.000 MW, um potencial capaz de abastecer a cidade do Rio de Janeiro. Segundo Jean-Paul Prates, se somados as usinas Potiguar I e II, os projetos de Rio do Fogo e Macau, além dos contratos conseguidos no chamado mercado livre e no leilão de dezembro, já em 2012, a capacidade instalada só em energia eólica possibilitará ao RN autosuficiência e a possibilidade de comercializar a produção.

Mesmo com previsões animadoras, é importante ressaltar a necessidade do Rio Grande do Norte criar uma estrutura e ofertar mão de obra para receber a demanda de projetos que se anuncia. “Nós estávamos na ponta do sistema elétrico nacional, éramos consumidores inveterados, que não geravam, mas o processo começa a se reverter”, avalia Jean-Paul Prates.

O consultor explica que não encara a necessidade de uma infra-estrutura de forma negativa, e sim como um avanço. “Será um grande desafio para o próximo governo recepcionar devidamente esses projetos, de forma a prover e ajudar na infra-estrutura, levar benefícios sociais e físicos às regiões no entorno das usinas, e principalmente capacitar mão de obra local tanto para as obras, quanto para as operações”, detalha o consultor.

Jean-Paul Prates ressalta que apesar da preocupação com a energia eólica, o estado não pode deixar de lado a retomada das produções de petróleo e energia solar. No entanto, o consultor avalia que a energia gerada pelos ventos pode funcionar como compensadora para as demais.

A estimativa é de que 30 mi empregos sejam gerados pelos projetos contratados no RN até 2014, com a conquista de novos investimentos, além dos já conseguidos no último leilão, na ordem de R$ 6 bilhões. “Nos próximos quatro anos vamos respirar projetos eólicos”, finaliza Jean-Paul Prates.

Leilões acontecem nos dias 25 e 26

Para os leilões de energia reserva e A-3, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou 734 projetos, que somam 21.160 MW de potência instalada,

No caso do leilão de reserva - com início de suprimento a partir de 1º de setembro de 2013, e empreendimentos de geração a partir de fonte biomassa, com o início do suprimento nos anos de 2011, 2012 e 2013 - foram habilitados 366 usinas, com 10.745 MW.

Foram habilitados 316 usinas eólicas (8.202 MW), 40 biomassa (2.375 MW) e 10 PCHs (168 MW). O Rio Grande do Norte teve o maior número de projetos, com 110 (3.224 MW), seguido do Ceará, com 96 (2.180 MW).

Enquanto isso, para o leilão de A-3 (com entrega da energia para 2013) - destinado à contratação de energia elétrica para o Sistema Interligado Nacional (SIN) proveniente de PCHs, usinas de biomassa e eólicas com início de suprimento em 1º de janeiro de 2013 - foram 368 projetos, totalizando 10.415 MW.

Foram habilitadas 320 eólicas (8.304 MW), 33 biomassa (1.824 MW) e 15 PCH (287). Novamente Rio Grande do Norte, com 115 projetos (3.353 MW) e Ceará, com 92 usinas (2.077) tiveram a maioria das unidades habilitadas.

O preço teto inicial para submissão de lances no leilão de reserva foi definido para cada empreendimento da seguinte forma: Biomassa – R$156,00/MWh; Eólicas – R$167,00/MWh e Pequenas Centrais Hidrelétricas - R$ 155/MWh. 

No A-3, o preço inicial determinado para os produtos por disponibilidade (Eólicas e Biomassa) foi de R$167,00/MWh. Para os produtos por quantidade (PCHs) o preço inicial foi estabelecido em R$ 155/MWh.  


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