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04/08/2025 19h57

RN perde fôlego na geração de empregos e fecha primeiro semestre de 2025 com o 6º pior desempenho do país

Esse resultado coloca o RN como o sexto pior estado do país em geração de empregos formais no período.

O mercado de trabalho formal do Rio Grande do Norte encerrou o primeiro semestre de 2025 com um desempenho preocupante: apenas 6.974 vagas com carteira assinada foram criadas no estado, uma retração de 47,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando o saldo foi de 13.272 postos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), analisados pela Fecomércio RN.

Esse resultado coloca o RN como o sexto pior estado do país em geração de empregos formais no período. Somente Alagoas, Roraima, Acre, Amapá e Sergipe tiveram desempenho inferior. O resultado foi fortemente impactado pelo mês de junho, que teve o pior saldo de contratações desde 2020, auge da pandemia da Covid-19.

Em junho deste ano, o estado criou apenas 1.763 vagas formais, número 61,4% menor do que o observado no mesmo mês de 2024 (+4.568). O dado contrasta com os resultados dos últimos anos: em junho de 2023 foram +2.608 vagas; em 2022, +3.872; e em 2021, +4.622. O fraco desempenho também refletiu o esgotamento de ciclos sazonais e uma base de comparação elevada no ano anterior.

*Setores em retração e exceção industrial*

A retração foi puxada principalmente pelo setor de Serviços, que criou 4.181 vagas no semestre - 61% a menos que no mesmo período de 2024. Comércio (-48,5%) e Construção (-26,1%) também apresentaram fortes desacelerações. A Indústria foi o único segmento a registrar crescimento: +2.518 empregos, uma alta expressiva de 207,4% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Em junho, a Agricultura liderou com 1.076 vagas criadas, favorecida por atividades sazonais no Vale do Açu, seguidas por Serviços (+380), Comércio (+339) e Indústria (+287). A Construção, por outro lado, fechou 329 vagas.

No acumulado de 12 meses encerrado em junho, o RN criou 27.854 vagas, número 6,2% inferior ao total de 29.694 geradas nos 12 meses anteriores. O declínio se concentrou nos Serviços (-36,3%) e no Comércio (-6,5%), setores mais sensíveis ao crédito caro e à redução do consumo das famílias.

*Nordeste tem estados em
Alta*

Enquanto o RN perde fôlego, outros estados do Nordeste mantêm ritmo moderado de crescimento. Bahia (+35.491), Pernambuco (+23.028) e Ceará (+19.735) lideraram a geração de vagas na região. No cenário nacional, o saldo semestral foi de 1.097.530 novos empregos formais, com São Paulo (+291.470) e Minas Gerais (+122.806) à frente. O RN respondeu por apenas 0,6% do total de vagas criadas no Brasil.

*Faltou fôlego à economia do RN*

Diversos fatores contribuem para o fraco desempenho potiguar, entre eles os juros elevados (Selic a 10,25% a.a. até junho), consumo em baixa e inadimplência crescente pressionam negativamente os setores de Comércio e Serviços; a dependência de ciclos sazonais no turismo e agroexportação, desaceleração da Construção após boom em 2024 e concentração setorial dos bons resultados (limitados à indústria em maio); e a sazonalidade agrícola: a baixa entre maio e agosto no ciclo da fruticultura reduziu temporariamente a demanda por mão de obra rural.

Apesar da frustração no primeiro semestre, a expectativa é de leve recuperação na segunda metade do ano. Eventos como o "Natal em Natal" e festivais regionais devem impulsionar o turismo, enquanto a retomada parcial de obras e a intensificação das exportações agrícolas entre agosto e novembro podem fortalecer os setores da Construção e Agricultura.

Ainda assim, a estimativa é de que o estado feche 2025 com um saldo entre +11 mil e +14 mil vagas - abaixo do total registrado em 2024.

 


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