Filha de Junior Lima é diagnosticada com síndrome nefrótica e acende alerta para doença que afeta os rins de criançasDe acordo com o pediatra Raphael Maia, da Hapvida em Natal, a síndrome nefrótica é provocada pela perda excessiva de proteínas pela urina, o que leva a um conjunto de sinais e sintomas. |
O anúncio feito pelo cantor Junior Lima de que a filha Lara, de apenas três anos, foi diagnosticada com síndrome nefrótica reacendeu o debate sobre essa condição renal rara e ainda pouco conhecida entre a população. A doença afeta principalmente crianças e exige acompanhamento médico especializado.
De acordo com o pediatra Raphael Maia, da Hapvida em Natal, a síndrome nefrótica é provocada pela perda excessiva de proteínas pela urina, o que leva a um conjunto de sinais e sintomas. "A principal função dos rins é filtrar o sangue e reter substâncias essenciais ao organismo. Quando há lesão nos glomérulos - estruturas responsáveis por essa filtração -, proteínas que deveriam permanecer no corpo acabam sendo eliminadas", explica.
Dentre os principais sintomas, estão inchaço (especialmente ao redor dos olhos, no abdômen e nas pernas), urina espumosa, cansaço e ganho de peso rápido devido à retenção de líquidos. "O inchaço costuma ser o sinal mais visível e geralmente o que leva os pais a procurarem atendimento. A perda de proteínas é confirmada por meio de exames laboratoriais", afirma o pediatra.
A forma mais comum da síndrome em crianças é a chamada idiopática, quando não há uma causa identificável. "Essa variante representa até 90% dos casos pediátricos e, muitas vezes, responde bem ao tratamento com corticoides. Lembrando que toda prescrição deve ser feita por um profissional da saúde habilitado. Já em adultos, a síndrome pode estar relacionada a doenças como lúpus e diabetes", acrescenta Maia.
Embora rara, a síndrome nefrótica tem uma prevalência estimada entre 14 e 17 casos para cada 100 mil crianças, principalmente na faixa etária de 2 a 6 anos, e não é considerada hereditária. O tratamento varia conforme a causa e a resposta do organismo, mas o prognóstico costuma ser positivo. "Com acompanhamento adequado, a maior parte das crianças entra em remissão. No entanto, o seguimento contínuo com o nefrologista é essencial, pois podem ocorrer recidivas", alerta o médico.
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações mais graves, como infecções, tromboses e insuficiência renal. "Ao identificar sinais como inchaço e alteração na urina, a orientação é procurar um pediatra ou nefrologista o quanto antes", conclui Raphael Maia.

