Nordestão puxa alta e supermercados respondem por metade das novas vagas formais em julho no RNEmbora o resultado seja 42,8% inferior ao de julho de 2024, o número representou uma aceleração de 130,9% em relação a junho e recolocou o estado entre os principais criadores de vagas do Nordeste. |
O Rio Grande do Norte registrou em julho de 2025 o melhor desempenho do ano na geração de empregos formais, com saldo positivo de 3.438 postos de trabalho, segundo dados do Caged. Embora o resultado seja 42,8% inferior ao de julho de 2024, o número representou uma aceleração de 130,9% em relação a junho e recolocou o estado entre os principais criadores de vagas do Nordeste.
Supermercados foram o motor do Comércio
Um dos destaques foi o setor de Comércio, que teve em julho o melhor resultado da série histórica desde 2010, com 759 novas vagas formais, crescimento de 92,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Dentro desse segmento, o protagonismo ficou por conta dos supermercados, responsáveis por 941 novas admissões formais, colocando o RN como o terceiro estado que mais contratou no setor, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais.
Entre as redes, o Nordestão liderou a movimentação, respondendo por cerca de metade dessas contratações. A expansão da rede, associada à abertura de novas unidades e ao reforço de equipes no período de férias escolares e maior fluxo turístico, ajudou a explicar o salto no emprego.
Outros motores da economia
O setor agropecuário também foi determinante, com 1.631 admissões líquidas, puxadas sobretudo pela safra do melão, que sozinha gerou mais de 1.100 empregos temporários. Serviços adicionaram 733 vagas, recuperando-se da estagnação no segundo trimestre, enquanto a indústria somou 728 postos. O único setor em terreno negativo foi a construção civil, com saldo de -419 empregos, reflexo da retração nas obras públicas.
Perspectivas
Especialistas avaliam que a combinação entre o vigor do Agro, a alta no turismo de meio de ano e o fôlego dos supermercados garantiu um "respiro" simultâneo para Comércio e Serviços. No entanto, o saldo ainda está abaixo do registrado em 2024, tanto no acumulado do ano (+10.059 em 2025 contra +19.281 em 2024) quanto nos últimos 12 meses (+24.926 contra +33.776).
Para manter o ritmo, será crucial a continuidade do calendário de eventos e o desempenho do Agro no próximo bimestre, além de um sinal de recuperação na construção civil, setor que tradicionalmente tem forte efeito multiplicador na economia potiguar.

