Senador Styvenson defende exame de proficiência para médicos, em debate no CongressoO PROFMED prevê a realização de uma prova nacional obrigatória ao final do curso, semelhante ao que já ocorre em outras carreiras reguladas - como Direito, com o exame da OAB - e o que existe há décadas em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. |
O senador Styvenson Valentim (PSDB RN) reafirmou, nesta semana, seu voto favorável à criação do PROFMED, exame nacional de proficiência para recém-formados em Medicina. A proposta, discutida na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, teve votação apertada - 11 votos a 9 - e segue em debate no Congresso por tocar em um dos temas mais sensíveis do país: a qualidade da formação médica e a segurança da população no atendimento em consultórios, clínicas e hospitais.
Ao justificar sua posição, Styvenson destacou que o Brasil vive uma expansão acelerada de cursos de Medicina, muitos deles sem estrutura adequada. Esse cenário, segundo o parlamentar, tem gerado preocupação quanto à capacitação de novos profissionais.
"Qual é o brasileiro que não quer se sentir seguro quando for naquele consultório médico ou deitar-se para fazer uma cirurgia?", questionou. "São tantos procedimentos com erros, tantas faculdades que passam conhecimento que geram dúvida sobre a competência desses novos médicos."
O PROFMED prevê a realização de uma prova nacional obrigatória ao final do curso, semelhante ao que já ocorre em outras carreiras reguladas - como Direito, com o exame da OAB - e o que existe há décadas em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. A intenção é assegurar que o estudante conclua a graduação dominando o mínimo essencial para atuar com segurança.
Styvenson reforça que o exame não é uma punição, mas uma etapa natural em qualquer sistema que preza pela qualidade dos profissionais:
"Eu não vejo por que ser contra esse exame de proficiência; é só o ABC da Medicina. Pelo contrário: quem for contra quer uma saúde precária, quer que você seja mal atendido e corra risco."
O parlamentar também apontou que a medida ajuda a proteger a população de práticas inseguras e reduz a possibilidade de erros decorrentes de formação deficiente: "Quem é contra quer que instituições pelo Brasil formem profissionais com conhecimento duvidoso. A gente não quer isso, não. A gente vota favorável."
A implementação do PROFMED ainda será discutida em outras etapas no Senado e, posteriormente, na Câmara dos Deputados. Caso aprovado, o exame deverá funcionar como instrumento de avaliação nacional, contribuindo para elevar o padrão da formação médica e fortalecer a confiança da população no sistema de saúde.
O tema deve seguir na pauta do Legislativo nos próximos meses, diante da crescente demanda por mecanismos de fiscalização da qualidade do ensino superior no país.












