Mercado Aberto faz série sobre a gestão nos clubes de futebol do RNToda quarta-feira o Portal irá publicar uma matéria da série Negócio da Bola. |
Como esporte, uma paixão nacional. Como mercado, um ramo capaz de movimentar altas cifras. Do amadorismo do jogo praticado nos campos de terra batida país afora, o futebol se transformou com o passar dos anos em um negócio de grandes proporções do ponto de vista financeiro.
Na tentativa de entender as dificuldades e desafios da gestão do futebol potiguar, o Portal Mercado Aberto inicia a partir da próxima quarta-feira (22), a série Negócio da bola: A gestão do futebol no RN. Serão três entrevistas com representantes de Alecrim, ABC e América, que explicam como funciona o negócio da bola no Rio Grande do Norte.
Atualmente a indústria futebolística envolve uma estrutura cada vez mais baseada nas relações de consumo, que envolvem desde as empresas patrocinadoras ao torcedor que vai ao estádio apoiar seu time. No meio da cadeia, federações de escalas internacional, nacional, estadual, e enfim, os clubes, hoje obrigados a adotar modelos de gestão adaptados ao novo panorama e que possibilitem sua sustentabilidade.
Mas qual o custo para se manter um clube em atividade? Os gastos não são poucos: pagamento de funcionários, comissão técnica, jogadores, viagens, arbitragem, manutenção de uma estrutura para treinos e jogos, além de investimentos em fontes de receita, como confecção de produtos do clube, promoção de eventos e marketing em geral.
Para sustentar tal estrutura e ao mesmo tempo montar times competitivos, que tragam retorno dentro de campo e consequentemente a possibilidade de gerar mais receita, os clubes dependem do dinheiro de fontes como patrocinadores, bilheteria e cotas de televisão. No entanto, o atual panorama da indústria futebolística tem os obrigado a buscar novas fontes, principalmente no que diz respeito à exploração da imagem do clube, da marca. Tal necessidade pede com urgência a profissionalização da gestão.
Em reportagem publicada na revista Carta Capital em 30 de junho deste ano, dados da empresa de consultoria financeira Deloitte apontam que os clubes mais poderosos da Europa – Real Madrid, Chelsea, Machester United, Barcelona, para não citar outros – estão atolados em dívidas astronômicas. Se a dificuldade de gerir o futebol já aparece nas equipes que mais movimentam dinheiro no planeta bola, o que falar da realidade brasileira, e mais especificamente, do futebol potiguar?
É evidente que não dá para comparar os clubes europeus e até os grandes centros do país, com o caso potiguar, mas a dificuldade de gerir um negócio como o futebol, guardadas as devidas proporções, é uma realidade para ambos.
No RN, o apoio da iniciativa privada aos clubes existe, mas não os permite almejar grandes objetivos em competições nacionais como a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. Quanto ao Campeonato Potiguar, a competição não é das mais lucrativas, tanto que ABC, América e o próprio Alecrim, menos estruturado dos três, costumam economizar durante o certame para investir mais forte na disputa de campeonatos nacionais.
No negócio da bola, salvo exceções que costumam surgir, o bom planejamento e o investimento no time reflete o seu desempenho em campo. A realidade financeira da equipe é o que vai mostrar quanto pode ser gasto na contratação de jogadores, técnicos e outros profissionais.
No caso do RN, contratar e manter profissionais de bom nível atuando nos clubes é tarefa complicada. De um ano para o outro o que se vê são mudanças constantes nos elencos dos clubes potiguares, principalmente ABC e América.
Quando contratam atletas mais caros, os rivais não costumam desfrutar do potencial dos jogadores por muito tempo, principalmente pela concorrência do mercado, que apresenta possibilidades mais atrativas aos jogadores. Propostas que podem ser financeiras ou simplesmente de atuar em competições de maior visibilidade que o Campeonato Potiguar.
Assim como a capacidade de investimento interfere no desempenho dos clubes em campo, o mesmo acontece na situação inversa. Ter um time vencedor é determinante para criar uma boa imagem do clube, que funciona como atrativo para investidores e consumidores da marca, além de possibilitar a busca por novas fontes de receita.
Em âmbito nacional, o América chegou a disputar a Série A em 2007, mas voltou à Segunda Divisão no ano seguinte, onde está até hoje. No caso do ABC, o time caiu no ano passado para a Série C do futebol nacional.
No caso do Alecrim, o clube vem em alta, se levada em conta a situação vivida pela equipe nos últimos anos. O time alcançou recentemente o acesso para a Série C e a partir da profissionalização do departamento de futebol vem construindo sua reestruturação mesmo que com dificuldades.
Para explicar o novo modelo de gestão do Alviverde, o Portal Mercado Aberto entrevista o vice-presidente do time alecrinense, Marcelo Henrique. Será a primeira matéria da série Negócio da bola: A gestão do futebol no RN, que nos dias 29 de setembro e 6 de outubro continua com as reportagens sobre ABC e América.












