Dia das Crianças: Educação financeira pode ser o melhor presente |
Criança gosta mesmo é de brincar e ganhar presente. Preocupações com dinheiro ainda não fazem parte do seu cotidiano. Contudo, na sociedade visual e altamente publicitária em que vivemos nos dias de hoje, ensinar os pequenos a ter responsabilidade para com o dinheiro desde cedo, pode ser a chave para que eles tenham um futuro tranquilo, longe do cheque especial.
O especialista na área de finanças, Carlos von Sohsten, autor dos livros sobre finanças pessoais ‘Como cuidar bem do seu dinheiro’ e ‘Berço de Ouro’ (este último, específico sobre educação dos filhos), nos deu algumas dicas de como os pais devem proceder na hora de ensinar educação financeira às crianças.
De acordo com von Sohsten, o ideal é que se comece a ensinar a criança a poupar desde pequenininha, após ela completar um ano de idade. É importante começar a ensinar noções de responsabilidade, incentivando-a a cuidar bem dos seus brinquedos e a guardar tudo após brincar.
“A criança tem que crescer sabendo dar valor a suas coisas. Se eles quebram um brinquedo, é importante que os pais não o reponham imediatamente, para que não se acostumem a ter tudo muito fácil”, disse.
Aos dois anos de idade, é importante dar moedas para as crianças brincarem, para que elas conheçam os detalhes, as diferenças de peso e de tamanho entre elas. Dessa forma, já crescem sabendo que dinheiro não é um bicho de sete cabeças.
Segundo o especialista, a melhor idade para começar a dar mesada para os filhos é em torno dos cinco anos. Na verdade, nesse período, o ideal é que o dinheiro seja dado por semana, ao invés de uma vez por mês. Ele sugere que seja dado à criança um real para cada ano de vida, distribuído pelo mês.
É nessa fase que começa a lição que deverá nortear a forma como o filho irá lidar com o dinheiro, quando adulto. von Sohsten sugere que ele tenha três cofrinhos, de preferência feitos e decorados por ele próprio, para separar os diferentes destinos do dinheiro recebido.
A criança deve aprender que o primeiro cofrinho é o mais importante de todos. É aquele do futuro, de onde ele não poderá retirar o dinheiro em hipótese alguma, para aprender a acumular seu próprio patrimônio.
“A criança tem que entender que esse dinheiro é para o futuro, que ele não deve contar com ele para nada. O problema de muitos adultos que não conseguem juntar dinheiro é a falta de disciplina. Eles abrem uma poupança, começam a guardar, mas quando surge a primeira necessidade ou desejo, recorrem logo ao dinheiro economizado”, apontou von Sohsten.
O segundo cofrinho, deve ser destinado para os gastos em geral da criança, para o que ela quiser comprar (figurinhas, doces, revistas), ou até mesmo juntar para comprar algo com seu próprio dinheiro.
“Se a criança quiser gastar todo o dinheiro desse cofrinho de uma vez, ela pode. Mas deve saber que não receberá nenhum dinheiro a mais até a próxima data certa para isso. Com isso, ela aprende a planejar seu orçamento e pode até estabelecer metas de coisas que deseja comprar”, afirmou o consultor.
O terceiro cofrinho é o da caridade. De acordo com Von Sohsten, é muito importante que os pais ensinem noções de generosidade e preocupação com o próximo, para que os filhos aprendam a compartilhar com os outros aquilo que possuem.
Os pais também devem ensinar as diferenças entre caro e barato. As crianças precisam estar aptas a conhecer o custo-benefício dos produtos ou serviços, para reconhecer quando o barato vale a pena, e quando um determinado produto é caro por causa do status que ele oferece, em detrimento da sua durabilidade ou necessidade.
Segundo ele, além de seguir esses passos na hora de ensinar os filhos a lidar com finanças, os pais também devem se planejar para o futuro deles, através da manutenção de poupanças, aplicações em fundos de investimentos e previdências privadas. “Assim, estarão construindo algo o qual o filho poderá usar como base para iniciar sua vida. Fazer cursos no exterior, ou começar sua carreira, por exemplo”, disse.
O gerente comercial Valter Antunes pretende ensinar lições de responsabilidade e zelo para suas filhas, as gêmeas Letícia e Beatriz, que acabaram de nascer. Ele acredita que, antes de tudo, criança tem que se preocupar em aproveitar a infância, mas que suas filhas irão crescer sabendo a dar valor às coisas que possuem.
“Elas devem aproveitar bastante a infância, mas pretendo ensiná-las a ter responsabilidade, para que possam crescer sabendo lidar com dinheiro”, disse.
Valter revela que ainda não abriu uma poupança para as gêmeas, mas que essa medida faz parte dos seus planos. “Atualmente, estou tentando me estruturar financeiramente, para proporcionar uma boa criação para as minhas filhas”, completou.












