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13/04/2010 00h00 - Atualizado em 13/04/2010 00h00

80% das locadoras fecharam as portas

Pirataria ameaça o setor e empresários temem a possibilidade de fechar as portas.

Por: Lidiane Lins

De uns tempos pra cá, as calçadas de Natal têm sido cada vez mais ocupadas por vendedores ambulantes de CDs e DVDs pirateados. A proliferação desse tipo de ocupação informal vem causando preocupação a empresários de um setor que costumava ser bastante rentável: o de locadoras de vídeo.

De acordo com a gerente da rede de locadoras Vídeo Laser, Fátima Alves, a pirataria fez com que cerca de 80% das locadoras da cidade fechassem suas portas. “Desde que começou essa onda de pirataria, temos enfrentado muitas dificuldades. Em Natal, até uns sete anos atrás, havia pouco mais de 140 locadoras legalizadas e agora, existem no máximo, oito”, revelou a gerente.

Ela acrescenta ainda que a receita da empresa foi reduzida drasticamente por causa da concorrência desleal. “Nosso faturamento caiu 60% com os DVDs piratas. Continuamos a comprar filmes caros das distribuidoras, nossas despesas aumentam, mas não podemos aumentar o preço do aluguel, para não perdermos ainda mais clientes. Aqui, praticamos os mesmos preços há dez anos”, diz Fátima Alves.

Para o proprietário da locadora Canal Um, Ronaldo Miranda, falta empenho do poder público em coibir a venda de produtos pirateados pelas ruas de Natal. “A pirataria é responsável pela situação difícil em que as locadoras sem encontram agora. Se os órgãos públicos, em especial a prefeitura, dedicassem mais atenção ao problema, com certeza os vendedores ambulantes não representariam tamanha ameaça à nossa atividade”, afirmou Miranda.

Segundo ele, as poucas locadoras de vídeo que restam em Natal têm apostado em estratégias para conseguir se manter no mercado. Uma delas é o Blu-ray, uma nova geração de discos que armazenam cinco vezes mais informações que DVD normal e garante qualidade superior de imagem e som. “Estamos apostando nos clientes que preferem qualidade, ao invés de filmes baratos. Para esse público, a tecnologia do Blu-ray não pode ser comparada a de um filme copiado da tela de cinema. Portanto, para os que realmente amam cinema e apreciam vídeos com qualidade, sempre poderão contar com as locadoras”, finaliza.

A estudante S. C. M. F., que preferiu não se identificar, considera altos os preços praticados pelas locadoras de vídeo e que, por isso, sempre acaba optando por comprar filmes nas calçadas. “Já faz uns cinco anos que nem sei mais o que é ir numa locadora. O preço do aluguel é muito caro, chega a ser maior que comprar DVDs ‘genéricos’”, justifica a estudante. “Além disso, a maioria dos filmes que compro são filmes infantis para os meus filhos, que gostam de ver várias vezes. Se fosse alugar, iria à falência”, completa.

Já o farmacêutico Marcel Ribeiro Dantas, não abre mão das tradicionais visitas à locadora. “Eu prefiro ir até a locadora em vez de comprar filmes piratas pela rua. Em primeiro lugar, pela comodidade de encontrar os títulos que eu quero, com a qualidade garantida. E em segundo, porque eu não costumo ver filmes mais de uma vez, então se eu comprar, eles vão ficar empilhados em casa”, disse Marcel.

O secretário adjunto de operações da Semsur, Flávio Fonseca, disse que a secretaria vem realizando um trabalho de combate à pirataria desde o ano passado, com ações promovidas nas feiras livres e mercados públicos da capital. “Durante o trabalho de padronização das feiras, fizemos apreensões nas bancas que comercializavam CDs e DVDs piratas. Esse tipo de problema já não ocorre em nenhuma das feiras padronizadas”, disse o adjunto.

“Além disso, os ambulantes que participaram do recadastramento e vendiam produtos pirateados, foram orientados a procurar outro tipo de atividade. Com ajuda de cursos oferecidos pela Sethas, muitos deles já atuam em diferentes segmentos”, finalizou Flávio Fonseca.


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