Por: Edwin Carvalho
Convidado por Luciano Kleiber para retornar ao noticiário econômico, agora como colaborador do Portal Mercado Aberto, não pensei duas vezes. Primeiro porque o universo da economia me encanta. Segundo porque ainda acho que o noticiário econômico brasileiro carece de uma maior aproximação com o público. Sim, porque todos nós respiramos economia e temos que lidar cotidianamente com as suas nuances. Então, se não dá para viver longe do “inimigo” é melhor familiarizar-se com ele.
Retornar ao Jornalismo Econômico fez-me recordar os tempos de repórter. Lembro das minhas primeiras pautas, da enorme dificuldade em compreender o emaranhado de números e transformá-los em conteúdos jornalísticos palpáveis e de fácil compreensão. Não foi fácil. Era um leigo escrevendo para um público, teoricamente, especializado. Foi um desafio e tanto ficar lado a lado de gente que entende do assunto como o jornalista Luis Nassif, ministros e empresários de sucesso nos cenários local e nacional. Desafio tão prazeroso, que me especializei nesta área.
Digressões à parte, retorno ao Jornalismo Econômico com a missão de discutir um tema que considero extremamente relevante. A partir de agora, vamos interagir sobre algo que tem chamado a atenção do mundo: a tal da sustentabilidade. Hoje, desenvolvimento sustentável está na pauta de toda a economia, aliás, de toda a sociedade. Não há empresa que não queria associar sua marca à idéia de sustentabilidade e de respeito às questões sócio-ambientais. Assim como não há cidadão que resista em comprar um produto ecologicamente recomendável.
Sustentabilidade, de forma bem genérica, tem a ver com ações que garantam a execução de empreendimentos viáveis não apenas do ponto de vista econômico como ambiental. No discurso, uma beleza. Mas, na prática, a relação entre mercado e meio ambiente nunca foi das mais amenas. O resultado de anos de conflitos de interesses está aí, diante dos nossos olhos. Aquecimento global, poluição do ar, praias e rios impróprios para banho, trânsitos caóticos, catástrofes ambientais de toda ordem. O cenário não poderia ser pior.
Eis o nosso desafio. Discutir um tema que todos dizem prioritário, mas poucos, quem sabe pouquíssimos, realmente o considerem. O fato é que catástrofes como o derramamento de centenas de milhares de litros de óleo no Golfo do México nos incitam a discutir sustentabilidade o tempo inteiro. Mais que isso, obrigam governos e pessoas a lutarem por ela, como garantia de preservação da espécie humana, ou alguém tem alguma dúvida que, se não forem encontradas soluções imediatas para os nossos maiores passivos ambientais, as economias do mundo, assim como o mundo em que vivemos terão os dias contados?
O desafio está lançado. E não pretendo falar apenas da sustentabilidade do planeta. Afinal, a nossa sustentabilidade, onde fica? O que governos, ONGs, Ministério Público e cada um de nós estão fazendo para garantir que Natal e o nosso Rio Grande do Norte se mantenham economicamente e ambientalmente sustentáveis? A discussão está apenas começando e você é o meu convidado de honra!
*Edwin Carvalho é Jornalista e Especialista em Jornalismo Econômico pela UFRN.












