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21/11/2011 19h20

Dromedários de Genipabu ainda não têm destino certo

Empresa recebeu propostas para se instalar em outros Estados

Por: Marcelo Lima

Parte da comissão formada para resolver a situação dos dromedários de Genipabu decidiu, na semana passada, que o atual estábulo deve ser destruído. “Ficou decidido que se derrubaria o estábulo e seria construído outro mais na frente. Mas eu não concordo com essa medida totalmente abusiva. Eu fiz um investimento ali de R$ 250 mil e agora vou ter que destruir tudo?”, desabafou Cleide Gomes, proprietária da Dromedunas, empresa que realiza passeios com dromedários nas dunas de Genipabu.

De acordo com a Superintendência do Patrimônio da União (SPU), embasada em pareceres dos órgãos ambientais estadual e federal, o estábulo dos dromedários foi construído em região de mangue. Por isso, as instalações estariam dentro de uma Área de Proteção Permanente (APP).

Entretanto, Cleide afirma ter ocupado o local antes da regulamentação dessa APP em2006. “A APP foi criado por uma lei de 17 de maio de 1995, mas só foi regulamentada em junho 2006. E quando isso aconteceu, ficou acertado que tudo que estava construído continuaria”, argumenta a empresária.

Segundo ela, quando comprou o terreno, boa parte do mangue já estava devastado. “Já são 15 anos tentando fazer um trabalho de maneira sustentável e destacando o nome do Rio Grande do Norte”, acrescentou a proprietária da Dromedunas.

A alternativa apontada por Cleide é manter apenas os dromedários que fazem o passeio no atual estábulo e levar os demais para uma fazenda um pouco mais distante, no mesmo lugar onde as fezes são reaproveitadas como adubo.

A equipe do MERCADO ABERTO entrou em contato com a Superintendência do Patrimônio da União no Rio Grande do Norte (SPU/RN) na tarde da sexta-feira passada. No entanto, a superintendente, Yeda Cunha, havia viajado para Brasília e, de acordo com a secretária, ninguém mais poderia tratar do assunto.           

Dromedários podem passear em outras terras 

A primeira proposta para se mudar com seus dromedários para outro Estado veio em 2002, quando o governo do Ceará a convidou. Agora com as dificuldades enfrentadas para se manter no Rio Grande do Norte, é a vez da iniciativa privada fazer convites. “Na quinta-feira, recebi uma proposta para ir para os lençóis maranhenses, mas já recebi também outras duas do Ceará”. Um delas veio de empresários de Prainha, próxima do Beach Park, e outra para se instalar na praia de Cumbuco.

De acordo com Cleide Gomes, falar das propostas não é chantagem com as autoridades turísticas locais. “Eu só atendo a essas propostas em última instância, se o meu Estado fizer por onde eu não ficar. A maioria dos funcionários já disse que ia, mas não é tão fácil assim”, completou a empresária.            

Memória

Em agosto deste ano, foi composta uma comissão pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU), Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Prefeitura de Extremoz, Secretaria Estadual do Turismo, Associação Brasileira da Indústria Hoteleira no Estado (ABIH/RN) e a empresa Dromedunas. Essa comissão ficaria responsável por encontrar outro lugar para o estábulo dos animais.

O Idema chegou a sugerir cinco novos lugares para a instalação dos dromedários, mas todos eles ficavam muito longe do roteiro tradicional que é realizado atualmente pelos bichos.

Na mais recente reunião desta comissão, segundo a proprietária dos Dromedários de Genipabu, apenas os representantes da SPU, Idema, Ibama e da empresa puderam participar.


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