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25/05/2010 08h55 - Atualizado em 25/05/2010 08h55

Mobilidade urbana já!

Edwin Carvalho destaca a necessidade de melhorias no trânsito e no transporte coletivo de Natal.

Há alguns meses, foi amplamente divulgada uma pesquisa que apontava um alto nível de satisfação dos usuários de transporte coletivo de Natal. Segundo a pesquisa, divulgada com confetes e propaganda na televisão, oito em cada dez passageiros estavam felizes e satisfeitos com o transporte público oferecido na capital potiguar.

Talvez eu viva numa Natal diferente da que aparece nas pesquisas. Porque o que vejo é uma enorme discrepância entre o que diz a propaganda na TV e o que existe nas ruas. O sistema de transporte coletivo da cidade é caótico e precário. Tão caótico quanto o nosso trânsito. O número de veículos em Natal cresceu assustadoramente nos últimos anos, sem que surgissem novas alternativas de tráfego e de transporte público.

Mobilidade urbana, por aqui, pelo menos por enquanto, ainda é um bonito nome de Secretaria Municipal. É verdade que algumas ações já foram feitas (e é obrigação do poder público fazê-las), mas elas ainda são incipientes diante dos nossos problemas crônicos de mobilidade.

Com a proximidade da Copa do Mundo de 2014, os governos correm para encontrar alternativas de mobilidade urbana que tornem viável sediar jogos nas cidades escolhidas. Natal, assim como todas as outras cidades-sede, ainda não possui estrutura nem de transporte nem de tráfego para receber um evento deste porte. Ora, se as avenidas Senador Salgado Filho e Prudente de Morais já são pequenas para o atual fluxo de carros da cidade, imagina o inferno que vai ser se nada for feito até a Copa.

Para alívio dos governantes, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, anunciou investimentos de R$ 11,4 bilhões, para dotar as cidades que irão sediar jogos da Copa de corredores exclusivos para ônibus e novas alternativas de transporte público. Entre elas, a implantação de Veículos Leves Sobre Trilhos ou metrôs de superfície para facilitar o acesso dos torcedores aos estádios, aeroportos e hotéis.

O PAC da Mobilidade Urbana, entretanto, não prevê a ampliação dos sistemas de transporte coletivo nas áreas mais críticas. Em Natal, por exemplo, ir para a zona Norte em horários de pico é quase uma penitência. Castigo que é ainda maior para quem tem que ficar espremido como sardinha em lata em ônibus sujos, velhos e em congestionamentos intermináveis. Mobilidade urbana precisa ser pensada não apenas para atrair um evento internacional, mas como prioridade pelos gestores públicos.

Mobilidade urbana e sustentabilidade caminham juntas. Mais transporte coletivo significa menos carros poluindo o meio ambiente, ou seja, mais qualidade de vida. Transporte que precisa ser concebido levando em conta baixos níveis de poluição. Já existe tecnologia para isso, recursos também. É só querer.


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