Agência de risco reduz classificação da dÃvida da EspanhaA classificação da dÃvida da Espanha foi rebaixada de AAA para AA+. |
A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta sexta-feira a classificação da dívida da Espanha de AAA para AA+.
A mudança reflete a avaliação da agência de que o crescimento econômico do país deve ser menor do que as previsões oficiais e de que o governo espanhol terá dificuldades para implementar um plano de corte de gastos.
Em abril, outra agência de classificação, a Standard & Poor's, rebaixou a nota do país de AA+ para AA.
Apesar de a Espanha ainda figurar entre os países considerados bons pagadores, com grau de investimento, a agência entendeu que o país "deve passar por um período longo de crescimento menor, o que enfraquece seu orçamento", e cogita rebaixar ainda mais sua nota.
Não pagamento
De acordo com o comentarista de economia da BBC Andrew Walker, este último corte na classificação não significa que a Fitch acredita que a Espanha não vai pagar suas dívidas, pois a nota AA+ ainda significa risco muito baixo disso acontecer.
Contudo, a nova classificação sugere que o risco é mais alto do que era até agora. A Fitch acredita que a economia da Espanha deve ficar ainda mais fraca do que o governo previa, o que significa menos arrecadação de impostos.
E a agência também prevê que o governo terá dificuldades em implementar os planos de cortes de gastos, especialmente devido à influência dos governos regionais.
Walker acrescenta que o corte na classificação de risco de crédito também pode levar a taxas de juros mais altas, pois os órgãos de crédito vão querer compensar o aumento dos riscos.
Cortes anteriores na classificação de risco de outros países da zona do euro contribuíram para a turbulência no mercado financeiro.
Desta vez, segundo Walker, não foi diferente, com quedas registradas no euro e nas bolsas em Nova York depois do anúncio da Fitch.
Na Europa, os pregões já haviam sido encerrados quando foi feito o anúncio.
Na quinta-feira, o governo espanhol conseguiu aprovar no Parlamento por apenas um voto de diferença o pacote de medidas que prevê profundos cortes nos gastos públicos.












