Inverno irregular ameaça safra potiguar este anoEm algumas regiões do Estado, 90% da safra já está comprometida. |
O inverno ainda nem começou oficialmente, mas a falta de chuva no Rio Grande no Norte já dá sinais da irregularidade do período chuvoso este ano, e já tem causado prejuízos para o produtor rural potiguar.
Segundo informações da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), o inverno este ano está sendo marcado pelo fenômeno chamado seca verde, que ocorre quando chove suficiente para deixar o pasto verde, mas não para garantir a safra, especialmente de milho e feijão.
“As chuvas estão ocorrendo abaixo da média para o Rio Grande do Norte como um todo. No litoral e no agreste tem chovido um pouco mais. Porém, as chuvas dos meses de junho, junho e agosto não serão suficientes para garantir a normalidade do inverno este ano”, disse o meteorologista da Emparn, Gilmar Bistrot.
Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), Ambrósio Lins, a situação está bastante complicada. Em alguns municípios, 90% da safra 2010 está comprometida ou já foi totalmente perdida.
“Os produtores estão perdendo a safra em todo o Estado, principalmente as plantações de milho e feijão. O algodão, por exemplo, não chegou nem a ser plantado. Pensávamos que a região agreste estivesse com situação melhor que a do interior, mas pelo que estamos vendo, está quase pior. Não temos mais nem comida suficiente para os animais”, revelou Ambrósio.
Segundo ele, o prejuízo dos produtores pode ser ainda maior, já que a maioria não está cadastrada no Seguro Safra 2010. “Apenas alguns agricultores do Estado se cadastraram. A maioria não vai poder contar com benefício. Já pedimos uma audiência pública para discutir o assunto, mas ainda não fomos atendidos”, disse o presidente da Fetarn.
No dia 30 de junho, a entidade e lideranças rurais realizarão uma marcha em Mossoró contra a falta de alimentação para a população assentada na região e também para os animais. Na seguinte, (06 e 07 de julho), a mobilização será em Recife, no encontro regional o Grito da Seca, no qual os produtores se manifestarão por melhores condições no campo.












