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06/07/2011 12h08 - Atualizado em 06/07/2011 18h04

Agricultores pressionam governo do estado para atender reivindicações

A categoria espera um acordo com a governadora do estado quanto à pauta de reivindicações entregue no dia 06 de junho.

Por: Mara Rochele

"Se os trabalhadores não plantam, a cidade não janta". Foi com esse bordão que cerca de dois mil agricultores iniciaram a 13º edição local da caminhada "Grito da Terra", que partiu da Central Estadual de Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Cecases), localizada no cruzamento das avenidas Mor Gouveia com Jaguarari, em direção ao Centro Administrativo.

O objetivo da movimentação é conseguir uma resposta da Governadora do Estado Rosalba Ciarlini quanto à pauta de reivindicações da categoria entregue no último dia 06 de junho. "A governadora ainda não propôs nenhum tipo de acordo com os agricultores, portanto para nós será uma surpresa se ela garantir todos os anseios dos trabalhadores agrícolas", disse Ambrósio Lins, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn).

Existem mais de 50 itens no documento entregue à chefe do executivo estadual, entre eles está a abertura da Central Estadual de Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Cecases), que pode gerar mais emprego e renda para os agricultores, segundo Ambrósio Lins. "Só falta uma câmara de refrigeramento para que o local possa ser utilizado, mas há meses ninguém toma nenhuma providência."

Outra reivindicação da categoria é a realização de um concurso público para contratação de profissionais técnicos que atendam a demanda da Emater. "O órgão precisa completar seu quadro de funcionários com pessoas capacitadas, que entenda os agricultores",argumenta o presidente da Fetarn.

A Fetarn tem entre seus associados cerca de 160 sindicatos dos trabalhadores rurais do Rio Grande do Norte, o que representa uma média de 500 mil agricultores familiares. E como representante da categoria, pediu a elaboração e implementação de um projeto chamado "Educação no Campo". O programa, que por enquanto ainda está só no papel, oferece capacitação aos professores da zona rural para que eles lecionem em sala de aula matérias ligadas à agricultura do estado. "Os alunos precisam aprender mais sobre a atividade agropecuária do RN e valorizar o que é da terra" afirma Lins.

A ampliação do Seguro-Safra é uma das reivindicações prioritárias dos agricultores. Hoje, cerca de 25 mil pessoas são beneficiadas pelo programa, mas os trabalhadores rurais esperam que a governadora Rosalba Ciarlini duplique este número e conceda o seguro há 50 mil agricultores. O Seguro-Safra é um pagamento do valor de R$ 640,00, dividido em três parcelas que o trabalhador recebe caso haja perda de produção em razão das enchentes ou devido às secas. "O benefício é uma forma de manter os agricultores enquanto eles recuperam a produção perdida devido às intempéries",explica Ambrósio Lins.

Apesar do governo estadual ainda não ter entrado em acordo com a categoria após um mês da entrega da pauta de reinvindicações, os trabalhadores seguem na movimentação pelas principais avenidas de Natal confiantes. "a gente acredita que o ‘Grito da Terra' vai surtir efeitos positivos, já que todas as conquistas dos agricultores foram conseguidas através de mobilizações" disse o presidente da Fetarn.

DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO
A Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte (Cut/RN) aproveitou o Dia Nacional de Mobilizações comemorado hoje em todo o país para reforçar a caminhada dos agricultores. "Decidimos unir os dois movimentos para pressionar mais ainda o poder público", disse o presidente da Cut/RN José Rodrigues Sobrinho.

Os trabalhadores também elaboraram um documento contendo as principais reivindicações da categoria, como a redução da jornada de trabalho de 44h para 40h semanais sem perda salarial. De acordo com Rodrigues Sobrinho, "se houver redução da jornada de trabalho serão criados cerca de 36 mil novos postos de trabalho com carteira assinada".

A elaboração de um Plano Nacional de Educação e a regulamentação de um piso salarial assim como melhores condições de trabalho e apoio a reforma agrária e tributária foram os assuntos debatidos durante a caminhada "Grito da Terra". "Essa movimentação tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para que ela se conscientize e seja um porta-voz dos direitos e deveres de todos" afirma o presidente da Cut/RN.

 

 


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