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17/12/2014 10h59 - Atualizado em 17/12/2014 11h05

Projeto da UFRN quer garantir, na prática, inclusão de pessoas com necessidades especiais

Atividade piloto aconteceu na Escola Berilo Wanderley, em Natal; Trilhas na Escola pretende fomentar entre os participantes a cultura da inclusão

Incluir socialmente estudantes com necessidades especiais a partir dos atos e não apenas das palavras. Esse é o propósito do projeto Trilhas na Escola, iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que realiza, a partir de 2015, ações em colégios públicos de Natal conduzidas por alunos portadores de necessidades especiais.

O programa conta com oito universitários bolsistas: três deles apresentam deficiência auditiva, dois possuem deficiência visual e dois são autistas. Em novembro, a Escola Berilo Wanderley, no Conjunto Pirangi, recebeu uma atividade piloto do projeto. Entre outras ações, foram promovidas palestras sobre acessibilidade, bullying e alimentação saudável, além de oficinas e peças teatrais.

O estudante Bruno Luan ministrou oficinas de rádio e de photoshop, e participou da palestra sobre acessibilidade. Portador de autismo, Bruno afirma estar satisfeito com o projeto. “A inclusão social é um tema que muitas vezes é jogado para debaixo do tapete e não é discutido. Essa oportunidade que a Universidade proporciona é importante para que o assunto possa ganhar um fluxo maior, pois a exclusão ainda é muito presente”, analisou.

Fabíola Macedo foi intérprete de Libras dos bolsistas surdos, e encarregou-se de traduzir para o público as mensagens que os universitários apresentavam em seus trabalhos por meio da Língua de Sinais. “Procuramos fazer um evento bem diversificado, com atividades esportivas e artístico-culturais, para mostrar que a pessoa com deficiência pode estar presente em todos os setores da sociedade", explicou Fabíola.

Lúcia Regina, diretora do Berilo Wanderley, comentou que o evento trouxe mais conhecimento sobre a inclusão social. “O projeto oferece um olhar diferente. Depois que eles passaram aqui, percebemos que precisamos promover condições de acesso, de participação e de aprendizagem aos alunos com deficiência”, declarou.

Em uma época em que o respeito à diversidade e ao direito à participação social de cada pessoa têm emergido como questões éticas, a discussão sobre a inserção social reivindica uma sociedade mais justa e igualitária. Nesse contexto, o Trilhas na Escola pretende refletir com professores e alunos sobre as práticas de combate à exclusão, além de fomentar entre os participantes a cultura da inclusão.

Dirigidos pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e orientados pela Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE), os encontros deverão acontecer aos sábados em instituições de Ensino Médio da capital potiguar. A ação quer mostrar que pessoas com necessidades especiais são capazes de realizar trabalhos como qualquer outra.

"Todas as oportunidades que possam aglutinar e permitir o exercício da acessibilidade são sempre importantes. São uma maneira de aprendermos juntos e acharmos soluções para dificuldades. É um grande desafio", comentou a coordenadora do projeto e pró-reitora adjunta de Extensão da UFRN, professora Maria da Conceição Fraga.

Início

A ideia surgiu durante a Copa do Mundo, quando Conceição Fraga, juntamente com membros da CAENE, lideraram o programa Trilhas na Copa. Nessa proposta, o intuito era – a partir de pesquisas acadêmicas, da troca de experiências e da inclusão social – gerar conhecimento entre estudantes portadores de necessidades especiais sobre os países que jogaram em Natal pelo Mundial: Uruguai, Itália, Japão, Estados Unidos, México, Gana, Grécia e Camarões.

“Queríamos fazer um projeto inovador e propusemos que os bolsistas investigassem a cultura, os costumes, a culinária, a educação, a saúde e a arte desses países”, contou Conceição Fraga. Os  alunos expuseram os resultados de suas pesquisas na XX Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC) da UFRN e, em vista do sucesso da atividade, resolveu-se dar continuidade ao trabalho: os alunos participantes do Trilhas na Copa foram convidados a integrar também o Trilhas na Escola.

Depois dos bons resultados da iniciativa no Berilo Wanderley, segundo a coordenadora, o próximo passo é levá-lo, com o mesmo êxito, até outros colégios da capital potiguar. “O nosso objetivo é visitar todas as escolas públicas de Natal, mostrando a importância da inclusão social”, enfatizou Conceição Fraga.

Fonte: Boletim UFRN


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